19 DE JULHO DE 2018
Sérgio Lerrer, editor do Portal Pro Legislativo, participou de palestra na última terça-feira (17), na Câmara de Vereadores de Piracicaba
O jornalista Sérgio Lerrer é editor do Portal Pro Legislativo
A transparência pública é o ponto de partida para algo mais amplo. A sociedade mudou, mas o poder público ainda não acompanhou essa dinâmica. Para ter credibilidade é necessário tomar iniciativa para estas transformações. O jornalista Sério Lerrer, editor do Portal Pro Legislativo, defende uma nova cultura nos governos. “É preciso comunicar, não apenas divulgar”, diz.
Durante palestra na terça-feira (17), evento que marcou o encerramento da consulta pública sobre o Parlamento Aberto na Câmara de Vereadores de Piracicaba, ele lembrou que a formulação da Lei de Responsabilidade Fiscal, da Lei da Ficha Limpa e da Lei da Acesso à Informação, somadas à internet e às redes sociais, “criaram um xeque-mate para a classe política”, destacou.
“Isso criou um sistema de combustão e gerou outro tipo de sociedade e, mais ainda, outro tipo de engajamento político”, disse.
Lerrer acredita que o desafio do estado brasileiro é melhorar a qualidade do debate, encontrar formas a partir das quais a sociedade possa participar mais e, ainda, reconhecer que os agentes políticos são articuladores, não donos das decisões. “As soluções não estão na cabeça ou no bolso de alguém, mas estão no conjunto da sociedade, na pluralidade de opiniões”, disse.
Com experiência em frentes parlamentares do Congresso Nacional, Sérgio Lerrer acredita no diálogo a partir das redes sociais e defende que o Legislativo tome a dianteira do debate político. “Comunicar é um sistema maior, é um ecossistema onde você não tem apenas os dados, mas também interpreta os dados”, disse.
O jornalista avalia que o poder público tem como base de comunicação o modelo do Executivo, onde são escolhidas as ações que devem ser divulgadas e, além disso, é preciso dar um mérito maior nestas ações. Mas em contrapartida a esse modelo, ele acredita que os parlamentos têm maiores condições de canalizarem o debate sobre a elaboração e a execução das ações de governos.
“O Legislativo tem que colocar toda a discussão sobre projetos nos seus espaços de comunicação. As decisões são tomadas em Plenário, mas a discussão não acontece dentro do Plenário, por isso é preciso estar nos meios de comunicação, e espaços como câmaras municipais têm condição de fazer isso”, disse.