PIRACICABA, DOMINGO, 22 DE DEZEMBRO DE 2024
Aumentar tamanho da letra
Página inicial  /  Intranet  /  Webmail

09 DE MAIO DE 2019

BPC injeta R$ 60 milhões ao ano na economia local, diz secretária


Eliete Nunes, titular da Smads, alertou que mudanças na Previdência pode aumentar demanda por serviços públicos de assistência social



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Davi Negri - MTB 20.499 (1 de 4) Salvar imagem em alta resolução

Matheus Erler (PTB) é autor do requerimento que convocou a audiência pública

Matheus Erler (PTB) é autor do requerimento que convocou a audiência pública
Foto: Davi Negri - MTB 20.499 (2 de 4) Salvar imagem em alta resolução

Eliete Nunes aponta preocupação com a demanda de políticas sociais no Município

Eliete Nunes aponta preocupação com a demanda de políticas sociais no Município
Foto: Davi Negri - MTB 20.499 (3 de 4) Salvar imagem em alta resolução

Osmir Bertazzoni, presidente do PDT, classificou a reforma como a criação "Estado de calamidade social"

Osmir Bertazzoni, presidente do PDT, classificou a reforma como a criação "Estado de calamidade social"
Foto: Davi Negri - MTB 20.499 (4 de 4) Salvar imagem em alta resolução

Penéloti Mendes, presidente do PT, criticou destruição do sistema solidário

Penéloti Mendes, presidente do PT, criticou destruição do sistema solidário
Foto: Davi Negri - MTB 20.499 Salvar imagem em alta resolução

Eliete Nunes aponta preocupação com a demanda de políticas sociais no Município



Alvo de mudanças propostas pelo governo federal na reforma da Previdência – protocolada na Câmara dos Deputados como a PEC 6/2019 –, o BPC (Benefício de Prestação Continuada) injeta cerca de R$ 60 milhões ao ano na cidade, conforme informações de Eliete Nunes, secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), divulgadas durante a audiência pública na noite desta quarta-feira (8), na Câmara de Vereadores de Piracicaba.

“Eu acredito que a gente deva, sim, fazer uma articulação política muito forte (contra as mudanças no BPC)”, disse a titular da Smads. A preocupação de Eliete se volta aos 5.500 beneficiários cadastrados na cidade – entre idosos, pessoas com deficiência e dependentes – que não estão habilidades para o mercado de trabalho. “Sem o BPC, com certeza, haverá maior demanda por políticas públicas municipais, em todos os segmentos”, disse.

Eliete também lembrou que o benefício é fundamental para girar a economia local, porque são recursos utilizados pelos beneficiários para fazer compras básicas, como supermercado, farmácia, entre outros. “Neste debate da reforma, eu faço esse recorte da assistência social, porque é uma grande preocupação, e se não tiver pressão popular, o BPC poderá ser cortado.”

Atualmente, para requerer o BPC é preciso ter, no mínimo, 65 anos. A proposta do governo federal é reduzir a idade para 60 anos e criar uma tabela progressiva. Desta forma, o benefício que atualmente é de um Salário Mínimo (R$ 998,00), iniciaria com R$ 400,00, podendo chegar ao teto somente quando o idoso ou a pessoa com deficiência chegar a 70 anos.

A audiência de iniciativa do vereador Matheus Erler (PTB), autor do requerimento 288/2019, reuniu representantes da Prefeitura de Piracicaba e de diretórios municipais de partidos que já manifestaram ser contrários à reforma, além de sindicalistas e técnicos de entidades de classe.

Presidente do PDT Piracicaba, Osmir Bertazzoni classificou a política social do atual governo federal como “a criação de um Estado de calamidade pública, onde estamos colocando todo o nosso povo em uma miséria, tirando direitos e garantias constitucionais”. Ele lembrou que a proposta de reforma da Previdência atende ao sistema financeiro, dominado por cinco bancos (dois estatais e três privados). “Eles já têm lucro, mas agora eles querem crescer o mercado em que atuam, entrando na capitalização e nas universidades”, advertiu Bertazzoni.

A presidente do PT Piracicaba, Penéloti Mendes, lembrou que o problema não são somente os números, mas a forma de entender todo o sistema de Seguridade Social do País. “A proposta retira o caráter social, a solidariedade entre os segmentos e as gerações, além de não oferecer qualquer grau de segurança para o trabalhador”, disse. “Essa reforma é uma maldade.”

Penéloti entregou à Câmara uma carta, assinada por seis partidos políticos e dois movimentos sociais, criticando a proposta de reforma da Previdência. "Reiteramos nossa resistência democrática e progressista à PEC 6/2019, a partir da qual se vislumbra a desregulamentação dos direitos sociais", diz o documento "Carta dos partidos políticos e movimentos sociais do campo democrático à cidade de Piracicaba - em defesa do Ensino Público e contra a destruição da Previdência Social".

A carta é assinada pelas representações locais do PT, do PDT, do PCdoB, do PSOL, do PCB e do PCO, além dos movimentos Marias de Luta e Promotoras Legais Populares.

Advogado da área previdência, o vereador Matheus Erler (PTB) criticou veementemente a proposta do governo federal. “A reforma implode o sistema solidário”, disse.


LEIA MAIS:

Reforma da Previdência implode sistema solidário, diz Matheus Erler
http://www.camarapiracicaba.sp.gov.br/matheuserler-44996

Ipasp e OAB são contra a reforma da Previdência, dizem advogados
http://www.camarapiracicaba.sp.gov.br/ipaspoab-45015

 



Texto:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337


Fórum Previdência, do Idoso e do Trabalho

Notícias relacionadas