A primeira vez que Firmino Alves Lima visitou Piracicaba, em 1974, foi a convite de um primo, “ali eu já senti alguma coisa”, disse. Mais de duas décadas mais tarde, em 1997, foi chamado a atuar como substituto na Vara do Trabalho na cidade. A partir dali, criou uma relação cada vez mais próxima com a Noiva Colina, passando, inclusive, a ser um torcedor do XV e um amante do jeito piracicabano de ser. 

Na noite desta terça-feira (24), por iniciativa do vereador Laércio Trevisan Jr. (PL), autor do projeto de decreto legislativo 72/2017, o juiz do trabalho Firmino Alves Lima, nascido em São Paulo, recebeu o Título de Cidadão Piracicabano. “Recebo de forma honrada. Procuro fazer tudo o que faço com amor. Porque, quando deixar essa vida, a única coisa que eu poderei levar serão as boas energias”, disse. 

Filho de Firmino Alves Lima Neto e Estela Viana Egreja e Alves Lima, Firmino Alves Lima nasceu em 16 de abril de 1965. “Mas eu sinto que, hoje, eu nasço novamente. Muito obrigado por tudo e obrigado, Piracicaba, por este presente que você está me dando”, disse, emocionado, o homenageado da noite, que é casado com Ana Paulo Iervolino Pereira Alves Lima e pai de Luiz Eduardo Pereira Alves Lima. 

Firmino cursou o ensino fundamental e médio, entre 1970 e 1981, no Externato Nossa Senhora de Lourdes, em São Paulo. Em 1983, cursou Engenharia pela Universidade Mackenzie. Em 1985, estudou bacharelado em Direito pela Faculdade de Direito da USP até 1989, com especialização em Direito do Trabalho. 

Em 21 de fevereiro de 1990, foi aprovado na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), laborando na advocacia e, ainda como estagiário desde 1988, no setor trabalhista, atuando nas áreas individual e coletiva, cível relacionada a infortúnios trabalhistas e ainda previdenciária administrativa e judicial, em São Paulo.

Firmino integrou o departamento cultural da OAB, em São Paulo, entre 1994 e 1996, proferindo palestras na área trabalhista para aquela entidade. 

Concluiu, em 2005, o Mestrado em Direito do Trabalho, apresentando a dissertação “Mecanismos Antidiscriminatórios nas Relações de Trabalho” e, em 2010, o curso de doutorado em Direito do Trabalho, apresentando a tese “Contribuições para uma Teoria da Discriminação nas Relações do Trabalho”, ambos pela USP. 

A posse como Juiz Federal Substituto do Trabalho ocorreu em 22 de novembro de 1996, no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região e como Titular de Vara, em 24 de junho de 2004. Atuou como Substituto entre 15 de setembro de 1997 a 31 de março de 1999 e Juiz Titular da 1ª Vara do Trabalho de Piracicaba entre 9 de janeiro de 2006 a 25 de março de 2012, retornando desde 19 de outubro de 2017.

Adriene David, juíza diretora da Justiça do Trabalho, elogiou o colega. “Ao longo da vida vamos firmando laços com amigos e família, e dentro desses laços que você vem formando, o que chama a atenção é o laço com Piracicaba, chega a emocionar, porque você escolhe para ser juiz aqui. E eu espero que esse laço se fortaleça cada vez mais, porque é um privilégio ter você como amigo”, disse.

O juiz diretor do Fórum da Comarca de Piracicaba, Marcos Vellosso Balbino da Silva, desejou longevidade a Firmino. “Você é uma pessoa especial, não só para o Estado de São Paulo, mas também para outros locais do País, como no Rio de Janeiro. Esse título é muito bem proposto para demonstrar o seu amor pela cidade”, disse. 

Luiz Antônio Lazarim, desembargador da Justiça do Trabalho, definiu Firmino como “querido amigo de longa data”. Lembrou que o conheceu quando ainda era juiz substituto. “Lembrou da música ‘Trem da Vida’, de Craveiro e Cravinho, em que embarcamos e vamos colocando amigos e parentes, um dia entramos num desvio e paramos neste porto seguro, e Piracicaba é este porto seguro”, disse.

O autor da homenagem, vereador Laércio Trevisan Jr. (PL), lembrou que conheceu diversos juízes, já que uns vêm e outros vão. “Mas Firmino passou a ser meu amigo, passamos a ter uma convivência e, assim, vi que é uma pessoa simples, um homem culto, educado e preparado no exercício da função que exerce. Sabe lidar com as pessoas e tem uma sensibilidade diferente, tem um coração grande”, disse.