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22 DE FEVEREIRO DE 2007

Grito de artistas em defesa da Floresta Amazônica repercute na Câmara de Piracicaba


O vereador Francisco Edilson dos Santos, o Chico da Água (PSB) é o autor da Moção de Apoio em tramitação na Câmara que reproduz em Piracicaba o grito de alerta de a (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução


O vereador Francisco Edilson dos Santos, o Chico da Água (PSB) é o autor da Moção de Apoio em tramitação na Câmara que reproduz em Piracicaba o grito de alerta de artistas brasileiros contra a devastação da floresta Amazônica, na divulgação do Manifesto: AMAZÔNIA PARA SEMPRE - CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS SOBRE A DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA.

A solicitação é que cópias da presente sejam enviadas à Presidência do Senado Federal e à Presidência da Câmara dos Deputados, em Brasília.

A consideração é que artistas brasileiros convidam a todos para assinarem documento exigindo a implementação da imediata proibição do desmatamento da floresta amazônica brasileira.

Esse projeto foi idealizado pela atriz Christiane Torloni e pelo ator Vitor Fasano, com a colaboração do ator Juca de Oliveira que escreveu o texto do Manifesto.

Os três atores resolveram lançar o movimento depois que voltaram das gravações da minissérie Amazônia - de Galvez a Chio Mendes, no Acre, exibido pela rede Globo de Televisão, após terem se defrontado com a realidade do aniquilamento das selva amazônica.

Manifesto:

CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS SOBRE A DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA

Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados.

É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três Estados de São Paulo.

Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta.

Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta.

Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias.

Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua.

Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua.

Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e conquistada.

Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica.

Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.

Um país que tem 165.000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semi- abandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore.

É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.

Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:
A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal A INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA. JÁ!

É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história.

SOMOS UM POVO DA FLORESTA!

Considerando que esse manifesto, intitulado Amazônia Para Sempre, servirá como impulso para ecoar no Congresso Nacional a necessidade de melhor debater os rumos desta imensa riqueza natural.

``Que através desta propositura esta Casa de Leis manifeste o seu apoio a Carta lançada pelos artistas brasileiros e passe a fazer parte da luta de todos pela preservação da região amazônica: Amazônia para Sempre, um grito em defesa da floresta``, defende o parlamentar.


Martim Vieira MTb 21.939
Foto: Fabrice Desmonts MTb 22.946


Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939


Legislativo Chico D''Água

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