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18 DE MAIO DE 2021

Veto preserva orçamento e abre diálogo para incentivos fiscais


Presidente da Câmara, Gilmar Rotta informou que Executivo comprovou impacto e se dispôs a ouvir entidades em busca de soluções pós pandemia



EM PIRACICABA (SP)  

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Com 17 votos favoráveis e cinco contrários, a Câmara acatou o veto total do prefeito Luciano Almeida (Democratas) ao projeto de lei complementar 1/2021, de autoria do vereador e presidente do Legislativo, Gilmar Rotta (Cidadania), em que cria o Sistema de Facilitação Tributária no Município, com o objetivo de amenizar o impacto da pandemia no comércio.

Aprovado em dois turnos em 25 de março, a propositura buscava alterar o Código Tributário do Município, ao acrescentar o artigo 486A no Capítulo IV, o qual trata “Do período de pandemia e calamidade pública”. A ideia foi de criar o “Sistema de Facilitação Tributária”, pelo qual a Prefeitura permite às pessoas físicas e jurídicas optantes pelo Simples Nacional o parcelamento especial de valores dos impostos, tarifas e taxas municipais. 

A Prefeitura argumentou que, caso o contribuinte deixe de pagar os impostos por seis meses a partir de maio de 2021, como estava prevista na lei, retomando somente parcelado a partir de novembro, o efeito financeiro no período de maio a outubro poderia chegar a R$ 314,8 milhões, “impactando fortemente no custeio das despesas constitucionais com Educação e Saúde, afetando o pagamento de servidores da Prefeitura”. 

Autor do PLC 1/2021, Rotta salientou que compreendeu as explicações da Administração Municipal em torno da proposta e ele mesmo votou favorável ao veto, levando em consideração que, nesta sexta-feira (21), terá uma reunião com o chefe do Executivo com o objetivo de buscar outras opções. 

“Me preocupa que recaia sob a Câmara o colapso financeiro”, disse. “Pessoalmente, agradeço pela aprovação do projeto, o que deixei clara é a minha preocupação enquanto gestor. O colapso financeiro poderá acontecer, ou não, já que como se trata de arrecadação, não sabemos como será a retomada”, acrescentou, reconhecendo o risco criado pela proposta. 

Durante a votação do veto, na 15a reunião extraordinária, na noite desta segunda-feira (17), chegou a ser cogitado a possibilidade adiamento da apreciação pelos parlamentares. Mas havia o risco, por se tratar de veto, da matéria travar outras votações, portanto a maioria decidiu por votar. 

DISCUSSÃO – Os vereadores formaram consenso em torno da necessidade do poder público ampliar as opções, tanto para combater a pandemia, incluindo a ampliação da vacinação, quanto para contribuir na manutenção das empresas que estão com dificuldades de se manterem. 

A vereadora Rai de Almeida (PT) votou contra o veto e lembrou que o PLC foi o apoio da Câmara à população que se encontra em situação de extrema dificuldade econômica e social em razão da Covid19. “A nossa pressão é para que o Executivo tome uma medida para dar sua parcela de contribuição para a economia da nossa cidade e ofereça, ao menos, um paliativo”, disse. 

Também contrário ao veto, o vereador Fabrício Polezi (Patriota) disse que o adiamento do pagamento de alguns impostos é “apenas um jeito de ajudar aqueles pagadores de impostos, principalmente no tocante ao gerador de emprego”, observa. O parlamentar salienta que o PLC não garante que as pessoas não irão pagar e criticou as restrições para combate da pandemia. “Desde o início, estamos avisando, alertando, de que iria faltar dinheiro e de que a arrecadação iria diminuir por conta dos bloqueios”, disse. 

O vereador Pedro Kawai (PSDB) criticou a falta de rumo em torno das decisões da Administração. “O Executivo deveria se posicionar e dizer, eu vou vetar o projeto, mas tenho uma opção do Refis”, sugeriu. Ele lembrou que o projeto foi apresentado há um mês e que a equipe do governo não se reuniu para conversar sobre opções que poderiam surgir a partir da proposta. “Simplesmente manda o veto e não conversa com ninguém.” 

Favorável ao veto do prefeito ao PLC 1/2021, o vereador Josef Borges (Solidariedade) reconheceu a necessidade de “dar suporte à economia”, mas que não se pode esquecer dos diversos investimentos que o Município precisa fazer para fazer o enfrentamento à pandemia. “Piracicaba precisa continuar se desenvolvendo, mesmo diante de tantos problemas, e o nosso prefeito precisa buscar alternativas para viabilizar ações”, disse.

Vice-presidente da Câmara, o vereador Acácio Godoy (PP) refletiu sobre a falta de diálogo do governo com o Legislativo. “Teve que vir o autor do projeto defender o veto que é do Executivo”, disse. Ele disse que a defesa deveria partir de alguém da equipe da Administração, “para que viesse defender a sua visão, para nos dizer para que lado está indo esse trem”. 

O vereador Zezinho Pereira (Democratas) elogiou a atitude do presidente da Câmara, Gilmar Rotta, que acatou o veto, mesmo tendo sido sobre um projeto de lei complementar de sua autoria. “O senhor fez uma defesa extremamente inteligente, porque o senhor leva essa Câmara, como presidente, muito a sério, e eu acho que a gente tem que tomar cuidado quando a gente mexe no orçamento do Município”, aponta. 

Favorável ao veto, o vereador Laércio Trevisan (PL) rebateu que o prefeito deveria ir na Câmara explicar o veto, “na outra administração, ninguém falava que o prefeito que vir conversar”, disse. Ele defendeu um programa de refinanciamento de dívidas aos comerciantes. “O que nós queremos, a grande maioria, queremos o Refis, proposta que já entregamos por escrito no começo do mandato”, enfatizou o parlamentar. 

O vereador Paulo Campos (Podemos) também defendeu a introdução do Refis, porque somente adiar o pagamento é como “postergar o sofrimento das pessoas”, disse. “Eu sou um defensor aguerrido de que nós devemos trabalhar com o Executivo para que a gente tenha o Refis”, disse. 

Gilmar Rotta reforçou a necessidade de buscar uma solução para retomar o crescimento da cidade e ajudar a população que passa por dificuldades por conta da pandemia. “Temos empresas fechando as portas, funcionários sendo demitidos, pessoas passando necessidades, passando fome, então, chegou a vez do Executivo fazer a parte dele”, defendeu.



Texto:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337


Legislativo André Bandeira Ary Pedroso Jr Laércio Trevisan Jr Gilmar Rotta Paulo Camolesi Paulo Campos Pedro Kawai Rerlison Rezende Valdir Marques Wagner Oliveira Zezinho Pereira Cassio Luiz Alessandra Bellucci Acácio Godoy Ana Pavão Josef Borges Thiago Ribeiro Gustavo Pompeo Rai de Almeida Anilton Rissato Fabricio Polezi Silvia Maria Morales Sergio da Van

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