05 DE MARÇO DE 2021
Expediente da 10ª reunião ordinária, nesta quinta-feira, foi suspenso para que prefeito falasse dos 60 dias da atual gestão
Declaração foi transmitida ao vivo pela TV Câmara, na noite desta quinta-feira (4)
“É um transatlântico que está trabalhando, mas ainda assim tem um vazamento de água para ser resolvido”. A definição é do prefeito Luciano Almeida (Democratas) e se refere à Prefeitura do Município de Piracicaba. Nesta quinta-feira (4), por 30 minutos, ele elencou as estratégias da atual Administração Municipal aos vereadores, durante suspensão da 10ª reunião ordinária. A participação foi por videochamada, transmitida do 10º andar do Centro Cívico.
Segundo Almeida, os esforços são para promover uma reorganização interna no Executivo. Ele pediu paciência aos vereadores, para o atendimento de solicitações, e disse que um planejamento detalhado será apresentado nos 100 dias do seu governo. No plano haverá. além do diagnóstico da atual situação da prefeitura, as ações a serem implementadas nos quatro anos de gestão, de curto, médio e longo prazos.
Para o prefeito, as limitações são sérias e estruturais, com demandas “represadas” de 2020, que deixaram de ser executadas e agora estão no seu “colo”. Como exemplo, a necessidade de poda de 4.000 árvores, enquanto a estrutura da prefeitura é para 50. “É assustador, serei honesto: não esperava uma situação tão deprimente. As estruturas operacionais têm muitas falhas, deficiências, falta de profissionalismo, de planejamento e de incentivar as pessoas que aqui trabalham, para que revejam suas posturas de realmente atender a sociedade”, declarou ele.
Almeida disse que o tratamento dos casos de covid-19 é prioridade número 1 de sua gestão e que a preocupação é com a redução da faixa etária das pessoas internadas: de 70 para 60 anos. Segundo ele, o tempo de internação tem sido maior, o que aumenta o problema na oferta de leitos. Em vigor até o dia 19 de março, a nova fase vermelha decretada pelo governo estadual deixará um legado de desemprego e fechamento de empresas, segundo análise do prefeito.
“Temos feito um esforço enorme para ampliar os leitos e conseguimos abertura de 10 leitos no Hospital Regional, no dia 17. Teremos mais 10 leitos de UTI nos hospitais da cidade. E um ‘backup’, para converter a UPA da Vila Rezende, com oito leitos de UTI e dois de enfermaria para a covid”, informou, ao reforçar que a taxa de ocupação em 80% não é algo que considera tranquilo.
Definida como segunda prioridade, a volta às aulas das crianças de berçário foi confirmada pelo prefeito para o dia 8. “Temos que aprender a trabalhar com isso. Nosso balanço é espetacular, tudo funcionou muito bem, não tivemos nenhuma ocorrência relevante. Não abrimos as creches no primeiro momento, esperamos um mês, para ver como o sistema andaria. Começamos no dia 8 de março com o projeto piloto, apenas 30% da capacidade, para ver se todos os protocolos estão consistentes. Estamos fazendo com critério”, garantiu.
O prefeito disse que a intenção da videochamada foi a de ter uma relação boa com a Câmara e que durante os 60 dias do seu governo recebeu mais de 250 atendimentos presenciais dos vereadores e mais de 1430 indicações e requerimentos. Tais números foram classificados como ele como “um bom sinal”, pois “aquilo que está combinado, está ocorrendo”. Segundo o prefeito, os vereadores têm a liberdade de conversar com as equipes da prefeitura.
No início de seu pronunciamento, o prefeito mencionou a preocupação dos vereadores em dois temas: a criação de CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) e apurar os problemas relacionados aos serviços de merenda escolar. Ele disse que uma empresa de auditoria externa irá avaliar o contrato com a empresa Mirante, como também o contrato do lixo. Há, ainda, mais de 200 contratos que chamaram a atenção do prefeito e que estão sob análise.
Temas como a gestão dos ecopontos, transporte público e da merenda escolar estão sendo olhados com "critério, carinho e seriedade", garantiu o prefeito, que falou ainda sobre a tentativa de aquisição pelo município de novas vacinas.
Ao final, o presidente da Câmara, vereador Gilmar Rotta (Cidadania), disse que a Casa estará aberta e “sempre terá esse espaço para o prefeito falar com os vereadores e a população”.