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02 DE ABRIL DE 2019

Professor Florindo Geraldi avalia os desafios da educação no Brasil


O educador defende a inclusão da base famíliar no processo de formação dos jovens



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução

Professor Florindo Geraldi avalia os desafios da educação no Brasil






O professor Florindo Carlos Geraldi ocupou a tribuna popular da Câmara, na 16ª reunião ordinária de ontem (1º) para abordar a temática sobre Educação por Educação: histórico, profissões, indicadores e ética.

"A palavra que está na boca de todos: a solução do nosso País é a educação. Mas estamos só na fala. Precisamos, realmente pôr em prática. Eu estou terminando uma tese, visitando nos finais de semana os centros de lazer de Piracicaba", disse o educador, que também considerou a beleza da cidade.

Florindo ressaltou que nós temos praças muito bem elaboradas e bonitas. "Mas o que eu vejo hoje em dia são pais com crianças, onde as crianças ficam brincando, e os pais no celular. Nós precisamos colocar limites, porque estamos perdendo a essência da família, estamos perdendo o amor, tem gente namorando por celular, um está lá no Japão e o outro aqui", disse.

Para Florindo, filho, a gente tem que planejar, a gente tem que amar. O que está acontecendo é um absurdo. Disse que estava lecionando em uma escola e fez um teste com os pais de alunos do sétimo ano, ao desafiá-los a reconhecer a caligrafia dos filhos e, caso não conseguissem a nota seria zero. O resultado foi que nenhum pai reconheceu a letra do filho.

Florindo ainda apresentou dados sobre a educação, e comentou sobre o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), para avaliar que a educação não avança e o Brasil fica estagnado no ranking da ONU, na posição 79, logo atrás da Venezuela, dentro de um conjunto de 189 economias.

"O que falar quando no final do ano, a direção da escola manda um telefonema na sua casa dizendo que as notas serão revistas e o aluno acaba passando", indagou Florindo ao destacar a importância de revermos o que está acontecendo com o processo educacional brasileiro.

"Nós estamos passando, eu fico preocupado e desde 1977 eu sou professor, e fui presidente de diretório acadêmico, de atlética, de liga universitária, fui técnico de seleção universitária, mas eu fui submetido a um problema do coração, e fiquei 10 anos em tratamento. Meu pai e minha mãe, todos os dias, tomavam minhas lições. Hoje, não se tem tempo. A criança, principalmente de zero a cinco anos, tem que vivenciar o pai e a mãe. Antigamente, a gente falava ‘bença pai’. Hoje, perdeu-se os limites. Hoje, perdeu-se o amor pela vó. Hoje, cinco crianças são acometidas por violência, a cada hora", concluiu o educador em suas reflexões.



Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939
Imagens de TV:  TV Câmara


Tribuna Popular

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