12 DE SETEMBRO DE 2017
"As pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que alguém próximo está com ideia suicida", alertou o vereador.
Paulo Henrique ocupou a tribuna durante a reunião ordinária desta segunda-feira
As mortes por suicídio no Brasil e no mundo ––onde uma pessoa tira a vida, respectivamente, a cada 45 minutos e a cada 40 segundos–– levaram o vereador Paulo Henrique Paranhos Ribeiro (PRB) a comentar sobre a campanha "Setembro Amarelo", que dedica um mês inteiro à reflexão sobre o tema. No domingo (10), o parlamentar foi à região da rua do Porto distribuir material informativo para a prevenção de novos casos.
"As pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que alguém próximo está com ideia suicida. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser evitados. É necessário a pessoa buscar ajuda de quem está à sua volta", enfatizou.
Na tribuna, durante a 50ª reunião ordinária, nesta segunda-feira (11), Paulo Henrique revelou ter tentado o suicídio na juventude. "Eu fui vítima dessa doença silenciosa. Com 21 anos, coloquei uma arma na boca e apertei o gatilho, porque tinha o desejo de morte. Nada, nada, nada me fazia tirar da cabeça esse desejo de morte."
"Nunca vou me esquecer, é muito nítido na minha cabeça: eu pegava a arma, três, quatro, cinco, seis, sete, oito vezes no dia, botava na boca, na cabeça, no ouvido. Só que teve um dia em que não aguentei e apertei o gatilho, e a bala não saiu", contou o vereador.
"Eu não tinha problema familiar, nem problemas financeiros dentro de casa, mas tinha depressão e um desejo de suicídio. Isso acontece em todas as classes sociais e o Poder Público também tem que entrar nessa questão para que possamos fazer algo por essas pessoas, porque elas ficam numa situação em que acham que não existe saída", afirmou.
Paulo Henrique lembrou que o desejo de cometer suicídio atinge um número maior de pessoas do que se possa imaginar, já que cada caso registrado representa a ocorrência de 40 a 60 tentativas. "Temos que abrir os olhos, porque é uma doença silenciosa, que pode atingir qualquer um de nós. Às vezes, a pessoa fica 24 horas pensando em se matar", alertou.