11 DE MARÇO DE 2021
Prefeito participou de reunião extraordinária da Câmara e relatou a gravidade da transmissão da covid-19 e da situação de saúde dos infectados
Luciano Almeida participou da reunião extraordinária desta quinta-feira (11)
O prefeito de Piracicaba, Luciano Almeida (DEM), participou da 2ª reunião extraordinária da Câmara de Vereadores, nesta quinta-feira (11) e pediu a ajuda dos parlamentares para alertar a população sobre a alta transmissão e a gravidade da covid-19. Ele agradeceu aos vereadores pela aprovação do projeto de lei 47/2021, no qual o Município adere ao Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras, denominado Conectar.
Na reunião, Luciano Almeida descreveu a “crise de saúde” que Piracicaba evidenciou no decorrer da semana. Ele informou que “infelizmente” o município esgotou a capacidade de leitos de UTI e eles estão com 100% de ocupação. “O que mais está nos assustando é que a velocidade e a gravidade da doença mudaram de uma forma absurda. Para nós está sendo assustador”, disse. O prefeito relatou que as pessoas mais jovens estão sendo atingidas e a faixa etária da gravidade da doença mudou. “Pior do que isso é a agressividade da doença, no quinto dia de sintoma a pessoa precisa ser entubada, senão ela vai morrer”, contou.
Sobre o Consórcio Nacional de Vacinas, Luciano Almeida disse aos vereadores que já são mil municípios participantes e que o consórcio é “uma alternativa” por ter uma “força maior” para a compra de vacinas e insumos. “Não está fácil comprar vacina no mercado, os insumos estão subindo até 8 vezes o valor que estava ano passado, o consórcio é uma forma de pressão sobre esses fornecedores”, explicou.
Luciano Almeida informou que está indo para Brasília, na próxima semana, para ter contato com as embaixadas e comprar vacinas diretamente. Ele voltou a destacar que falta vacina no mercado. “Não temos vacina para vacinar os maiores de 80 anos e nem os funcionários de saúde. Espero que esse sistema funcione e a vacina chegue o mais rápido possível, pois com certeza é a única alternativa”, desabafou.
Como forma de dar ciência e pedir ajuda aos vereadores, Luciano Almeida relatou as medidas que a prefeitura de Piracicaba está tomando no combate à pandemia:
- No dia 14 de março (domingo), a prefeitura irá reativar 10 leitos do Hospital Regional. De acordo o chefe do Executivo, Piracicaba está emprestando equipamentos que o estado de São Paulo não possui, para conseguir operar os leitos que estarão disponíveis para toda região.
- A UPA da Vila Rezende será isolada e atenderá apenas os casos de covid-19. Ficarão disponíveis 10 leitos da UPA: 2 leitos de UTI e 8 leitos de enfermaria. Luciano Almeida esclareceu que o atendimento da UPA “voltará ao normal” quando a prefeitura conseguir que os “outros projetos estejam no ar”.
- O município conseguiu negociar 8 leitos de UTI com o Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba.
- Até segunda-feira, a prefeitura espera a contratação de 40 leitos – 20 de UTI e 20 de enfermaria – no período máximo de 30 dias. “Esperamos ampliar 68 leitos com a estrutura nova para que ninguém morra numa fila de hospital”, disse Luciano Almeida, referindo-se a um hospital de campanha.
O prefeito esclareceu que as medidas citadas foram tomadas antes da coletiva de imprensa dada pelo governador João Dória (PSDB), nesta quinta-feira (11). Na coletiva, o governo anunciou novas restrições à fase vermelha do Plano São Paulo.
Após o anúncio do governo estadual, Luciano Almeida informou que a prefeitura adicionou outras medidas para o combate à pandemia. “Estamos contatando as indústrias, o comércio e serviços, pedindo para parar ou reduzir as atividades, por esse período, e evitar a circulação de pessoas nos próximos 10 ou 15 dias”, disse.
O prefeito comunicou que as aulas foram suspensas e por causa dessa medida, serão distribuídos kits de alimentação para as famílias mais vulneráveis, a partir da próxima semana. A prefeitura vai disponibilizar 6 mil kits para atender as famílias em março.
O chefe do Executivo anunciou que vai “parar totalmente os serviços públicos” e que a ordem dada para toda estrutura da prefeitura é reduzir o maior número possível de deslocamentos. Ele destacou que a prefeitura não vai diminuir a disponibilidade de ônibus e linhas pois “os ônibus têm que rodar” já que as pessoas que estão trabalhando na linha de frente e nos hospitais.
“Quero pedir a todos vocês que ajudem, chegou num ponto que não dá, vamos ter que sofrer 10 dias pelo menos. Se a gente não fizer e não coibir as pessoas na rua, com a circulação dessa doença tão grave, da forma tão agressiva que está, eu não sei aonde vamos parar”, suplicou o prefeito.
Luciano Almeida relatou que, em conversa, nesta terça-feira (9), com o secretário executivo da Secretaria de Estado da Saúde, Eduardo Ribeiro Adriano, foi informado que o índice diário de mortes continuar na média de 500 óbitos, o próximo colapso será o de cemitérios. "Vão começar a ter que queimar corpos em caldeiras”, disse o prefeito.
“Eu estou super preocupado e estou pedindo aos senhores para o que vocês puderem fazer, e também ajudar a convencer as pessoas que fiquem em casa, que façam todos os procedimentos” apelou o chefe do Executivo aos vereadores.
Ele também alertou que se Piracicaba não conseguir “estancar essa sangria agora”, quando chegar os meses de maio e junho, com o aumento de doenças respiratórias, o município vai ficar “estourado” porque a estrutura de apoio é a mesma. “Vamos passar por essa turbulência e por esse triste momento que estamos passando por nossas vidas”, completou.