
25 DE FEVEREIRO DE 2019
Engenheira ambiental do CAT e do Comder, Sabrina Backer apresentou os sete desafios do Plano de Desenvolvimento Rural 2019/2022
Na segunda reunião deste ano, na tarde desta sexta-feira (22), o Fórum de Gestão e Planejamento Territorial Sustentável, liderado pela vereadora Nancy Thame (PSDB), coautora com o vereador Paulo Serra (PPS), debateu as APAS (Área de Preservação Ambiental) Barreiro Rico e Tanquã e apresentou as propostas do Plano de Desenvolvimento Rural Sustentável 2019/2022.
A engenheira ambiental do CAT (Casa de Agricultura) e do Comder (Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural), Sabrina Backer, apresentou os sete desafios do Plano de Desenvolvimento Rural 2019/2022. Entre eles o enfrentamento aos loteamentos clandestinos na área rural a partir da regularização fundiária e a expansão do perímetro urbano.
De acordo com Sabrina Backer, uma das estratégias para atingir o objetivo previsto no plano é dar publicidade ao problema, ampliando a fiscalização e penalização de infratores.
Outro desafio previsto no Plano de Desenvolvimento Rural é o fortalecimento do Comder, promovendo a capacitação continuada dos conselheiros, a modernização dos instrumentos de comunicação e o incentivo à participação de produtores rurais nos conselhos municipais.
A adequação ambiental das propriedades rurais e a destinação de resíduos sólidos são preocupações encaminhadas no plano. “Nosso objetivo é elaborar uma política de tratamento de esgoto na zona rural e fomentar o debate da educação ambiental nas escolas e propriedades rurais, visando a promoção de campanhas e ações que visem o incentivo a práticas agrícolas mais sustentáveis e a conservação dos solos”, explicou Sabrina.
Um dos temas mais discutidos no Fórum é a necessidade de fortalecimento da agricultura familiar que também está no plano. A promoção de campanhas para que o piracicabano dê preferência para produtos produzidos localmente e a criação de plano de ação coletivo para impulsionar a produção orgânica local, estabelecendo no calendário municipal a “Semana Agroecológica” também estão previstas.
Além disso, o planejamento sugere melhorias na infraestrutura geral da zona rural, comprometendo-se em manter a frota agrícola e de manutenção de estradas em perfeitas condições, a readequação do sistema de coleta pública de resíduos sólidos na zona rural, e intensificando as rondas da guarda municipal na zona rural.
A garantia do controle sanitário dos produtos de origem animal e vegetal em todas as etapas de produção e o fortalecimento das atividades de produção agropecuária do município também são preocupações do Plano de Desenvolvimento Rural Sustentável.
“O planejamento servirá de subsídio para o Plano Diretor que, em breve, receberemos. Nos preocupamos com o esvaziamento da zona rural. Em 1950, por exemplo, o número de pessoas vivendo na zona rural e urbana era quase equivalente. Hoje, de acordo com dados do CAT, vivem aproximadamente apenas sete mil pessoas na zona rural. Devemos nos atentar à todas as consequências dessa migração”, ressaltou Sabrina.
A vereadora Nancy Thame disse que se sentiu representada ao ver o Plano de Desenvolvimento Rural Sustentável. “Ver que estamos na mesma sintonia me enche de alegria e satisfação. Precisamos continuar a abrir frentes e criar conexões para expandir cada vez mais o debate, que é muito válido”, comentou.
Já o engenheiro ambiental da Fundação Florestal, responsável pelas APA Barreiro Rico e Tanquã-Rio Piracicaba, Carlos Bedushi, ressaltou a importância de conservação das áreas preservadas do município. “É de suma importância a conservação dos expressivos fragmentos de floresta e de sua fauna, além da proteção das microbacias hidrográficas que drenam diretamente para o rio Piracicaba”, enfatizou Bedushi.
A Fundação pretende reconhecer o campo das propriedades que compõem a APA, potenciais produtivos e identificar as principais ameaças ambientais.
De acordo com o engenheiro, a APA Tanquã-Rio Piracicaba têm por objetivo específico a conservação da avifauna residente e migratória e da biodiversidade aquática, a partir da manutenção do padrão de fluxo das águas do rio e da busca da permanente melhoria da qualidade de suas águas. “Me enche os olhos ver a diversidade de espécies dessas áreas e poder contribuir para sua preservação é muito gratificante”, comentou o engenheiro.
O engenheiro agrônomo Warwick Manfrinato, presente no encontro, disse que a iniciativa da vereadora Nancy em promover esse debate é “raríssima” de se ver. “Esse Fórum é fruto de uma mobilização rara de acontecer no nosso Brasil. Precisamos construir essa visão a longo prazo para que não fique apenas no papel, mas que realmente se torne ações”, completou.
Ao final do encontro o grupo discutiu estratégias para a revisão do Plano Diretor, previsto para chegar no Legislativo e ser debatido na audiência pública em 12 de março deste ano.