22 DE MAIO DE 2013
Os 22 anos como cirurgião-dentista de José Augusto Marques de Almeida o colocou em alguns dilemas que, agora como estudante em Eletromecânica no Senai, possibilita (...)
Os 22 anos como cirurgião-dentista de José Augusto Marques de Almeida o colocou em alguns dilemas que, agora como estudante em Eletromecânica no Senai, possibilita que ele trabalhe para desenvolver soluções não só inéditas como fundamentais na inclusão de pessoas com deficiências. Ao lado de quatro colegas do curso técnico desenvolvido na Escola “Mário Dedini”, Almeida explica como chegaram ao protótipo de uma cadeira odontológica adaptada a cadeirantes.
O projeto foi apresentado na IX Feira de Ciências e Tecnologias, onde o vereador André Bandeira (PSDB) visitou na manhã desta quarta-feira, 22, com o objetivo não apenas de conhecer melhor o protótipo – o qual, aliás, já havia sido apresentado a ele anteriormente –, mas também para observar a importância de um projeto que, se acaso um dia for colocado em prática, poderá dar mais autonomia ao cadeirante. “Possibilitar que o cadeirante chegue à cadeira do dentista sem a necessidade de ajuda é uma maneira de defender a sua autonomia e liberdade”, avaliou o vereador.
A idéia apresentada em uma maquete é bem simples. A tradicional cadeira odontológica pode ser movida a partir de um sistema de rolamentos abrindo espaço para que o cadeirante seja posicionado (com a cadeira de rodas) e, instalado em uma plataforma, fique na posição para que o dentista possa trabalhar. “Já existe algo parecido na Inglaterra, a diferença é que fizemos algo para espaços menores”, explica o dentista e aluno Marques de Almeida. A cadeira adaptada pode ser instalada em um sala de 12 metros quadrados – tamanho de consultório comum.
“Ainda não fechamos o quanto seria o custo deste equipamento, mas pelos nossos levantamentos demandaria 20 por cento a mais de investimentos do que os atuais para a montagem de um consultório odontológico”, explica o aluno. No mercado, a compra de uma cadeira odontológica custa em torno de R$ 8.000,00 (com variações dependendo de marcas e também detalhamentos do consultório).
A apresentação de uma projeto voltado à inclusão de pessoas com deficiência um evento do Senai “Mario Dedini” não é à toa, mas resultado de uma mentalidade toda voltada a atender estudantes com limitações físicas mais restritas e está integrado a um cronograma que incentiva a criação de novos projetos. “Todo ano temos na Feira de Ciência pelo menos um projeto voltado à inclusão”, explica o professor Milton Antonio Scarpelin, orientador do grupo que criou a cadeira odontológica adaptada.
Em âmbito estadual, o Senai desenvolve o programa “Incluir”, onde, a partir de unidade na cidade de Itu, especializada em projetos de inclusão, acaba levando toda estas inovações e necessidades a toda a rede da escola integrada ao Sistema S, o qual é mantido com recursos repassados da indústria e comércio no Brasil.
O grupo responsável pela cadeira adaptada também é formado por Filipe Florêncio, Felipe Campos, Giovani Colletti e Thiago Galdi. O trabalho também está inscrito da Feira Inova, marcada para o mês de setembro, em São Paulo, onde são reunidas diversas iniciativas tecnológicas desenvolvidas por estudantes da rede.
Texto: Erich Vallim Vicente MTb 40.337
Fotos: Davi Negri MTb 20.499