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14 DE OUTUBRO DE 2015

Energia elétrica: moradores apresentam problemas em audiência pública


Representantes da CPFL participaram de encontro convocado por Pedro Kawai



EM PIRACICABA (SP)  

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Pedro Kawai definiu encontro como "salutar" e disse aguardar ações da empresa

Pedro Kawai definiu encontro como "salutar" e disse aguardar ações da empresa
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Integrantes da prefeitura e CPFL participaram da audiência nesta quarta

Integrantes da prefeitura e CPFL participaram da audiência nesta quarta
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Mauro Rontani apresentou consultas feitas ao Procon este ano

Mauro Rontani apresentou consultas feitas ao Procon este ano
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Demora para o reestabelecimento da energia foi a reclamação mais frequente

Demora para o reestabelecimento da energia foi a reclamação mais frequente
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Rodrigo Bianchi prometeu ação efetiva entre 40 e 60 dias para problemas citados

Rodrigo Bianchi prometeu ação efetiva entre 40 e 60 dias para problemas citados
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Integrantes da prefeitura e CPFL participaram da audiência nesta quarta



A CPFL Paulista disse estar pronta para uma “conversa franca”. Disse, também, compreender que vive o pior momento de sua história: a tarifa para o fornecimento de energia elétrica está alta e, o cliente, insatisfeito com os serviços. Os moradores de vários bairros concordaram. Com franqueza, relataram os problemas diários. Cobraram soluções. Da mesma forma agiram os parlamentares piracicabanos, incluindo o vereador Pedro Kawai (PSDB), que convocou a empresa para a audiência pública na Câmara, realizada nesta quarta-feira, 14, para esclarecer as quedas constantes na cidade.

Para Kawai, a população está cansada de recorrer aos canais de atendimento da CPFL e não obter respostas efetivas. “Confesso que muitos ainda se sentem descrentes de que a solução chegará”, declarou o vereador, ao relatar episódio recente, com sua equipe de trabalho. Houve a tentativa de protocolo de uma demanda no escritório regional da empresa, sem sucesso, pois os funcionários se recusaram a receber o documento.

O vereador Dirceu Alves da Silva (PROS) reclamou: muitos dos seus ofícios enviados à CPFL estão sem resposta. Kawai concordou, disse que o mesmo acontece com ele. Para Gilmar Rotta (PMDB), a insatisfação é geral na Zona Rural. “São 2.700 quilômetros de estradas rurais em 23 bairros. Há casos em que a CPFL demorou até seis dias para reestabelecer o serviço”, disse. Também presentes estiveram os parlamentares João Manoel dos Santos (PTB) e José Aparecido Longatto (PSDB).

Moradora de Anhumas, Regina Célia Miquelin reclamou que boa parte dos postes em seu bairro ainda é de madeira. Na própria tarde desta quarta, relatou, o bairro permaneceu até quatro horas sem abastecimento. “Nós ficamos sem água, pois dependemos da energia elétrica para o bombeamento dos poços”, relatou. No caso de Régia Viana, do Jardim Vitória, a grande preocupação está com o atendimento dos pacientes do PSF (Programa Saúde da Família) e a perda de vacinas da unidade, ocorrida recentemente. Segundo Joaquim Inocêncio, do Jardim Bom Jesus, “qualquer vendaval que acontece, acaba a luz” e, para João David Pavoni, de Ártemis, a CPFL oferece “um serviço de quinta categoria”.

Procurador geral do Município e também diretor do Procon, Mauro Rontani disse que o órgão de defesa do consumidor recebeu 191 consultas referntes à CPFL nos dez meses de 2015, entre elas sobre a necessidade de corte de árvore, demora no tempo de ligação, diferença de preço na conta de energia de um mês para o outro, queda constante do serviço na Zona Rural, além de danos elétricos e materiais.

A CPFL veio em peso para o encontro. Enviou o gerente de negócios Fábio de Camargo, o gerente de relacionamento Devanir Mantoni Jr. e o gerente de campo André Alexandre Bertanha. Mas apenas o gerente de serviços Rodrigo Bianchi falou em nome da empresa. Ele informou que a cidade conta com 250 mil clientes, sendo que entre 50 e 60 profissionais atuam no atendimento direto de emergência. Em casos mais extremos, o efetivo chegou a 200 pessoas.

Nos 20 minutos iniciais a ele reservados, Bianchi apresentou dados do temporal de 8 de setembro, o pior da história da empresa em 100 anos, com ventos de até 140 quilômetros por hora (confira gráfico acima). Aproximadamente 1 milhão dos 4 milhões de consumidores ficaram sem energia, nas 34 cidades atendidas pela CPFL em São Paulo. Os serviços foram estabelecidos em até três dias e, a título de comparação, Bianchi disse que o México e os Estados Unidos levaram 10 dias para reparar os danos causados em temporais de 130 quilômetros por hora. “No país, em média, o consumidor fica 18 horas sem energia anualmente, enquanto em Piracicaba a média é de 7,95 horas.”

Entre os principais problemas detectados pela CPFL na Zona Rural está o uso de linha chilena nas pipas, “que corta o cabo como se fosse manteiga”, segundo Bianchi. O gerente reconheceu que a empresa, atualmente, não consegue ir aos bairros para resolver todos os problemas, mas está se reestruturando para isso. Para várias solicitações apontadas pelos moradores, especialmente na Zona Rural, Bianchi prometeu ação efetiva entre 40 e 60 dias. “Apesar de alguns não acreditarem, a CPFL é a maior empresa de energia do país. Não somos a empresa perfeita e não temos a missão de ser. O que faremos é tomar atitude, a partir de agora. Viemos com a maior honestidade do mundo para ouvir os problemas e resolvê-los.”

Ao encerrar as atividades, Kawai definiu o encontro como “salutar” e lembrou que “o diálogo é fundamental para a resolução dos problemas”. Convocada por meio do requerimento 830/2015, a audiência pública teve ainda a presença do engenheiro eletricista Rodrigo Néia, da Secretaria de Obras; Felipe Gomes e Carlos Ambrozano, da Sedema (Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente); e Paulo Albuquerque, da Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo).



Texto:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Legislativo Pedro Kawai

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