07 DE DEZEMBRO DE 2017
Vereador José Aparecido Longatto (PSDB) participou de reunião na Câmara Municipal de Itirapina (SP), com o GAEMA, sobre a degradação da Represa do Broa
Vereador José Aparecido Longatto (PSDB) participa de audiência pública em Itirapina (SP)
Audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Itirapina (SP) discutiu a degradação do balneário Santo Antônio, conhecido como “Represa do Broa”, localizado entre os municípios de Brotas (SP) e Itirapina, considerado um dos principais pontos turísticos da região. O líder de governo na Câmara de Piracicaba, José Aparecido Longatto (PSDB), representou a cidade e comentou das ações realizadas pelo seu mandato para a preservação do Rio Corumbataí.
Longatto lembrou do trabalho iniciado em 1994 quando decidiu fazer uma exposição para detectar a degradação do Corumbataí. "O prefeito de Rio Claro (SP) foi condenado a tratar o esgoto. Nós chegamos a ouvir de vereadores e estudantes daquela cidade, que Rio Claro não era obrigado a tratar o esgoto para Piracicaba beber água limpa". Naquele ano o parlamentar criou o Fórum Permanente em Defesa do Rio Corumbataí.
O promotor do GAEMA - Piracicaba (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), Ivan Carneiro Castanheiro, afirmou que não é possível "resolver todos os problemas do Meio Ambiente, mas, amenizá-los". Sobre a Represa do Broa, Castanheiro anunciou que algumas ações de conscientização ambiental já foram realizadas no local. Ele lembrou que são 13 inquéritos que tramitam no GAEMA sobre a degradação daquele espaço.
No encontro, foi abordado, por exemplo, o farelo da ração, utilizada por pescadores, que polui as águas da represa. O professor do Instituto Internacional de Ecologia, José Galizia Tundisi, explicou que não é contra a atividade, "mas que sejam criadas regras de forma que não prejudiquem o manancial, pois a pesca amadora tem que ser regulamentada". De acordo com o especialista, quem polui as águas não são os moradores, mas, os turistas na alta temporada". Ele sugeriu que seja elaborado um projeto de lei nas câmaras municipais dos dois municípios para que a atividade da pesca seja "normatizada".
O docente ressaltou o empenho da Prefeitura de Piracicaba em remunerar os produtores rurais que conservarem as nascentes. Projeto de lei, de autoria de Longatto, aprovado na Câmara e sancionado pelo prefeito, remunera os agricultores que plantam árvores e conservam as nascentes. "Piracicaba deu um passo muito importante".
A vereadora de Itirapina, Elisabete de Oliveira Silva (PV), considerou a reunião positiva e anunciou que o Legislativo está disposto a apresentar projetos que preservem o balneário.
PLANO DE TRABALHO
O GAEMA propôs a regularização fundiária, vistoria nas embarcações - por conta do óleo que é despejado dos motores -, fiscalização dos insumos dos pescadores, colocação de placas informativas, plano de saneamento ambiental - a ser elaborado pela Prefeitura de Itirapina -, além de outras medidas como, por exemplo, a criação de uma guarda municipal para rondar a represa.
Castanheiro afirmou à reportagem que as câmaras municipais e prefeituras dos municípios envolvidos – Itirapina e Brotas -, são fundamentais para executarem o plano de trabalho. “Eu acredito que entre 60 a 90 dias teremos resultados satisfatórios”.
Ficou decidido, também, que será criada uma moção de apelo a ser endereçada ao governador do Estado, Geraldo Alckmin, que destine recursos para a construção de uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ao entorno da represa, que concentra cerca de mil edificações – entre casas e chácaras – que não contam com a coleta dos resíduos.
Longato finalizou sua participação explicando que “Piracicaba avançou no Meio Ambiente”. “A cidade conta com cem por cento do esgoto tratado e isso é um fato inédito. Acompanhar a atuação do GAEMA, em Itirapina, nos remete a 1994 quando começamos o trabalho de mapear o Rio Corumbataí, que abastece a nossa cidade. Nós vamos elaborar na Câmara de Piracicaba um documento apoiando as iniciativas de Itirapina e Brotas. O Meio Ambiente agradece”.
A Prefeitura Municipal de Itirapina cobra pela entrada de motos e carros nas dependências do manancial, no trecho que pertence ao seu território. Automóveis com placas do município são isentos.