03 DE JUNHO DE 2024
Alunos do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Comendador Luciano Guidotti participaram de debate sobre os efeitos das mudanças climáticas
Atividade na escola integra a programação da Simapira
Uma roda de conversa com alunos do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Comendador Luciano Guidotti, no bairro Jupiá, nesta segunda-feira (3), foi uma das atividades do cronograma da Simapira (Semanas Integradas do Meio Ambiente de Piracicaba), em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, em 5 de junho. Os alunos discutiram a questão das mudanças climáticas com os integrantes do gabinete do Mandato Coletivo A Cidade é Sua, da vereadora Sílvia Morales (PV).
Ao lado do assessor João Scarpa, a parlamentar conversou com os alunos sobre o funcionamento do Poder Legislativo e a atuação da Comissão de Meio Ambiente, da qual Sílvia Morales é presidente. Eles comentaram ainda sobre os eventos extremos, que são resultados da interferência humana no meio ambiente, como as inundações no Rio Grande do Sul.
Cidades mais justas, sustentáveis e democráticas, foi o tema que Sílvia Morales defendeu ao abordar as políticas públicas que são necessárias para mitigar os efeitos dos problemas ambientais. A abordagem foi incrementada pelo comentário da aluna Ana Júlia Milani, de 17 anos, que questionou sobre a relação entre as políticas públicas e a desigualdade social.
Ao explanar especificamente sobre o clima, o assessor Ayri Rando falou sobre a atuação do Comclima (Comissão Municipal de Mudanças Climáticas de Piracicaba), que auxilia o município no apontamento de políticas sobre o clima. Os adolescentes foram levados a elencar as definições de mudanças climáticas, causadas pelo desmatamento e queima de combustíveis, por exemplo, e também sobre os impactos na vida cotidiana, como as ondas de calor, escassez hídrica e eventos extremos.
O assessor apresentou dados aos estudantes, como a elevação da temperatura do planeta em 1,1 grau entre 1850 e 2020 e o desafio global de fazer com que essa elevação não chegue a 1,5 grau até 2100, o que configuraria uma interferência perigosa no clima.
Injustiça Climática – Nesse contexto, Ayri Rando explicou sobre o conceito de injustiça climática, em que os que menos contribuem para os efeitos climáticos são os que mais sofrem com eles. “A juventude é parte disso. Vocês, jovens, não têm responsabilidade sobre esse problema. Mas vão sentir os efeitos dele”, afirmou. E os levou a refletir sobre como podem influenciar na definição de políticas públicas em benefício do meio ambiente.
O palestrante destacou os 12 eventos extremos que ocorreram no Brasil no ano passado, como ondas de calor, chuvas, inundações, secas, ciclones e tempestades, dentre eles dois que não tinham precedentes, como a seca na Amazônia e o ciclone extratropical no Rio Grande do Sul. E procurou demonstrar que o problema é próximo de todos, como em Piracicaba, que também registrou ondas de calor, desabastecimento de água e alagamentos recentes.
Sílvia Morales lembrou que, quando se falava na questão ambiental no passado, os efeitos pareciam distantes, mas agora atingem a todos de maneira concreta e muito próxima. “A juventude ainda tem tempo de refletir sobre a questão ambiental e sobre os efeitos disso tudo”, afirmou.
Para o diretor da escola, Marcelo Martins Rezende, é fundamental abordar esse tema com os alunos. “É importante esse trabalho para instigar a juventude a essa reflexão porque os jovens vão sofrer ainda mais esses impactos”, colocou. “Que esse trabalho possa fazer germinar nos jovens essa preocupação com a questão ambiental”.
As atividades da Semapira seguem ao longo de todo o mês de junho. O Mandato Coletivo deve retornar à Escola Estadual Comendador Luciano Guidotti na próxima semana para abordar o tema com outra turma de alunos.