O tema “Preservação e usos das margens do Rio Piracicaba no trecho central da cidade” foi abordado na noite desta segunda-feira (13), pelo arquiteto, urbanista e artista visual Antonio Carlos de Almeida Gomes Pereira. Ele utilizou a Tribuna Popular, na 65ª Reunião Ordinária, como representante do movimento "Salve a Boyes”.

Na tribuna, o orador popular destacou a relação íntima entre a cidade de Piracicaba e seu rio, cujo desenvolvimento ao longo dos anos está em risco de ser negligenciado. “Ao longo de 8 mil anos, os povos originários escolheram cuidadosamente as margens do rio para estabelecer suas comunidades, deixando evidências como inscrições rupestres e cemitérios indígenas”, afirmou.

Antonio Carlos Pereira enfatizou a ameaça iminente à área do Boyes devido a um empreendimento imobiliário “estranho à realidade local”. Ele alertou sobre os riscos de comprometimento a integridade do parque linear com a proposta de construção de quatro blocos de 90 metros de altura.

O representante do movimento Salve a Boyes ainda expressou preocupação com o precedente que tal empreendimento poderia criar, direcionando espaços ao longo das margens do rio para interesses do mercado imobiliário, em detrimento dos cidadãos locais. “A identidade e memória de Piracicaba não podem ser desprezadas sem um preço altíssimo a ser pago em um preço altíssimo, afirmou.