21 DE SETEMBRO DE 2015
Alunos, professores e a diretoria da EE Catharina Casale Padovane reforçam mobilização para conter degradação do Corumbataí.
Jornada ambiental de Longatto sensibiliza comunidade escolar - Foto: Martim Vieira
O líder de governo na Câmara, vereador José Aparecido Longatto (PSDB), na última sexta-feira (18), das 7 da manhã às 18 horas, acompanhou um grupo de 26 alunos, do 7º e 8º ano, do ensino fundamental, faixa etária de 12 a 14 anos, da Escola Estadual "Profa. Catharina Casale Padovani, distrito de Santa Teresinha, sob coordenação do professor de Geografia, Wilson Moura e respaldo do professor de Educação Física, João José Barbosa, que se deslocou, em ônibus fretado, de Piracicaba à cidade de Analândia, em trajeto entre a fóz e a nascente do rio Corumbataí, em sete paradas, com foco a pontos degradados, bem como estudar a formação geológica da bacia, que engloba oito cidades, a exemplo de Santa Gertrudes, Rio Claro e Charqueada. A jornada ambiental reforça os trabalhos de Longatto, que desde a década de 90 debate a importância de garantir a preservação do Corumbataí, em função de ser o principal manancial que projeta o desenvolvimento sustentával de Piracicaba, além de garantir o crescimento regional.
Como resultado final da jornada ambiental, o vereador Longatto reiterou a importância de reforçar o papel do Ministério Público em ações contra cidades que ainda provocam danos à natureza e, de contemplar pessoas e entidades que lutam pela preservação ambiental, a exemplo da Bióloga, Priscila Cardoso, da cidade de Analândia, que estuda a formação do rio Corumbataí, reconhecendo que embora a nascente tenha recebido projeto de reflorestamento, ainda há muito o que se fazer, principalmetne em trechos após o salto, onde há pontos de degradação ambiental. Ainda nas dependências da Escola Catharina Casale, Longatto apreciou as 11 obras de alunos, expostas em painéis no muro principal da escola, sob a coordenação do professor de Artes, André Luiz, que deve ganhar o reconhecimento da Câmara em função do trabalho que desenvolve com os estudantes.
Os alunos: Lauane dos Santos, Maria Clara, Matheus Mariano e Isaac Proença deram entrevistas à TV Câmara para afirmar a importância da jornada ambiental, onde, após a extenuante caminhada por trilhas, córregos e riachos, puderam conferir in loco as lições aprendidas em classe, sobre formações rochosas e dos vários tipos de solo que formam a bacia do Corumbataí, além de verificarem a degradação ambiental desencadeada pelo homem, em plantações e pastagens de animais, indevidamente situadas em áreas que deveriam estar preservadas.
Na primeira atividade do grupo de alunos, ainda nas dependências da escola, Maria Clara Stevam Casarim, da 7ª C sintetizou a explicação do professor Wilson Moura, na simulação do que seria acabar com os recursos naturais, representados por jornais espalhados pelo chão, simbolizando várias ilhas, que não suportariam a quantidade de pessoas dispostas a utilizar seus últimos recursos. Para a estudante, "somos livres para fazer nossas escolhas, mas somos prisioneiros de nossas ações".
A diretora da Escola Catharina Casale, Cristina Aparecida Negro Silva, concedeu entrevista à TV Câmara e, destacou a importância da comunidade escolar estar envolvida num projeto de preservação, que desde o ano de 2000 foca a questão ambiental do Corumbataí, numa ação formativa dos alunos. Também referendou o projeto Trilhas, em parceria com a diretoria Regional de Ensino, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Esalq e Horto de Tupi, também com a participação dos professores de ciências, Neimar Padovani e Patrícia Carla Borsato Elias.
No transcorrer da jornada ambiental, o vereador Longatto acompanhou as explicações do professor Wilson Moura aos alunos, que mediante pranchetas fizeram os mais variados tipos de anotações, em relatórios com indicações de mapas, e definição de latitude, longitude e altitude. Além de registrar que a formação do rio Corumbataí se deu há 60 milhões de anos e, que hoje 12% são de floresta nativa; 7% é de área de floresta replantada e, 80% da área está devastada, sem nenhum tipo de vegetação.
Num dos pontos de parada, o grupo de alunos estacionou na "prainha do Mantelatto", onde receberam informações sobre a formação do assoreamento, pelo acúmulo de arreia no leito do rio Corumbataí, além de constatarem a degradação ambiental devido ao acúmulo de lixo e lançamento de entulho.
No terceiro ponto de parada, na Vila Brieda, o vereador Longatto conferiu a reclamação de moradores sobre denúncias de lançamento irregular de esgoto no rio Corumbataí. O parlamentar destacou trabalho de seu gabinete, que colocou um fim aos mais de 40 anos em que a comunidade ficou sem água potável e, hoje está ligada na rede de abastecimento da cidade.
Quarto ponto de parada, na região de Charqueada, no bairro Paraisolândia, o grupo de alunos, juntamente com o vereador Longatto, conversou com o morador José da Rocha, que reside no local há mais de 16 anos e, que relatou a dificuldade do poder público em garantir o asfaltamento das principais estradas, onde a população local é penalizada por causa das intempéries do tempo, como poeiras em dias secos e barro em períodos chuvosos.
Também na região de Paraisolândia os alunos puderam contemplar cachoeiras, além de receberem lições do professor Wilson ao descrever os mais de 150 milhões de anos, da separação do magma, onde a larva derretida esfriou e deu a característica à região, no aparecimento do basalto, usado em construções e, nas sucessivas camadas de segmentos que deram origem à formação do solo, que leva 12 mil anos, para ser utilizado para a agricultura.
Finalizando o roteiro ambiental, o vereador Longatto acompanhou a passagem dos alunos pela cidade de Ipeúna, chegando à Analândia, no morro do Cuscuzeiro, a 900 metros acima do nível do mar, para constatar uma depressão periférica, onde chuvas, rios e ventos foram retirando materiais, sendo que o topo do morro, que há 100 milhões de anos é testemunho do avanço ambiental. O vereador Longatto também esteve na Câmara Municipal de Analândia para conferir temáticas que os parlamentares trabalham na defesa do Corumbataí.
O morro do Camelo também foi um dos últimos pontos avaliados pelos alunos e, local em que o professor Wilson Moura apresentou uma maquete, desenvolvida por alunos, do 7º ano, em que foram demonstrados a formação de nascentes e, lençol freático, devido às precipitações das chuvas.
As demonstrações também reforçaram o aparecimento de problemas, como as voçorocas e, erosões do solo, além do plantio irregular, como a cultura do bambu e, a criação de gado.
O vereador Longatto, em diversos momentos da jornada ambiental, reforçou aos alunos a sua luta na defesa do rio Corumbataí, bem como alertou sobre o problema da falta de água que hoje já afeta cidades da região de Piracicaba, a exemplo de Saltinho e Rio das Pedras. Também preconizou recomendações da Organização das Nações Unidas (ONU), para o ano de 2050, quando o mundo poderá entrar em guerra pela água. E, ressaltou o que disse um cacique indígena americano, de que o dia em que acabarem com a última caça, árvores e os rios secarem, o homem branco descobrirá que o ser humano não come dinheiro".