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17 DE MAIO DE 2021

Falta de profissionais de saúde mobiliza debate de vereadores


Assunto voltou à tona na Câmara Municipal de Piracicaba durante a 15a reunião extraordinária, na noite desta segunda-feira (17)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Davi Negri - MTB 20.499 Salvar imagem em alta resolução





A falta de profissionais na rede municipal de atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde), tanto em unidades de pronto-socorro quanto em hospitais, mobilizou novamente o debate da Câmara Municipal de Piracicaba durante a 15ª reunião extraordinária, na noite desta segunda-feira (17). 

O assunto voltou à tona após intervenção da vereadora Ana Pavão (PL), em que ela informou ter solicitado aos hospitais os detalhes sobre o número de leitos. Ao receber resposta do Hospital dos Fornecedores de Cana, a parlamentar disse que lá existem 13 leitos de UTI e 11 de enfermaria para atendimento de covid19 no SUS, porém, a dificuldade está na mão de obra. 

“Eu fui até à Santa Casa, conversei com o vice-provedor Alexandre Valvano, e ele disse que atua em capacidade máxima. Mas que a dificuldade é que não tem profissional para ser contratado”, explicou a vereadora. “Ele até disse que se alguém souber de alguém tenha capacidade de trabalhar, é só avisar”, destacou, ao concluir “que estamos em uma situação complicada”. 

Ana lembrou que esteve junto com o vereador Pedro Kawai (PSDB) na unidade de pronto-atendimento (UPA) do Piracicamirim, onde foi levar uma homenagem e acabou se deparando com uma situação em que havia 50 pessoas sendo atendidas e apenas dois médicos. Além disso, a profissional que estava atendendo na unidade não é do local, mas do COT (Centro de Ortopedia e Traumatologia).

Kawai classificou a situação como “constrangedora” e disse que “está faltando” o funcionalismo público. “Precisamos ter essa ação rápida do poder público, porque essa diminuição de leitos e profissionais está dificultando muito a situação da população”, argumentou. 

“Eu gostaria de fazer um apelo à Secretaria de Saúde”, disse o vereador Acacio Godoy (PP), vice-presidente da Câmara. “As pessoas estão com seus familiares internados e não conseguem uma informação sobre os seus entes”, disse, ao informar que recebeu reclamação de pessoas com parentes internados há quatro dias e que não consegue saber sobre o parente. “A gente não pode ficar em cima do problema, precisamos criar soluções.” 

Outro problema apresentado pelo vereador Paulo Camolesi (PDT) é em relação a uma carta de servidores da UPA Piracicamirim em que eles questionam a possibilidade instituição de uma OS (Organização Social) para administrar a unidade. A dúvida é se os profissionais serão mantidos. 

“O que estamos propondo é fazer uma comissão junto com pessoas da unidade de saúde para saber o que vai acontecer. Eu entrei lá e vi, só tinha três profissionais atendendo 19 pessoas”, salientou Camolesi. 

Wagner Oliveira (Cidadania) classificou como “muito louvável” a atitude dos vereadores Ana Pavão e Pedro Kawai por irem na UPA Piracicamirim. “Eu venho batendo em cima que as informações precisam ser corretas, os hospitais não tem mais como abrir leitos”, disse, ao cobrar que as novas empresas que assumam as unidades “coloquem novos médicos”. 

O vereador Gustavo Pompeo (Avante) demonstrou preocupação quanto às informações divulgadas, “eu busco ter o máximo de responsabilidade”, disse. Ele reiterou que o problema que tem ocorrido nas unidades da rede municipal de saúde são os médicos que estão no agendamento, mas que não aparecem. “Em vários plantões eles não iam”, disse. 

Ele ressaltou que, por enquanto, não existe OS contratada, já que a contratação ainda está em processo de envio de documentação. 

O vereador Cassio Luiz Barbosa, o Cassio “Fala Pira” (PL), disse que irá buscar ter uma reunião como Secretário de Saúde com o objetivo de levar o questionamento dos funcionários que estão com medo de serem trocados com a eventual contratação de uma OS. “A gente espera que isso não aconteça, já que muitos são concursados”, destacou.

VOTAÇÃO – Durante a 15ª reunião extraordinária, foi aprovado, em discussão única, o veto total do prefeito Luciano Almeida (Democratas) ao projeto de lei complementar 1/2021, do vereador Gilmar Rotta (Cidadania), que defendeu acatar a decisão do chefe do Executivo.

Ainda em discussão única, foram aprovados a moção 90/2021 e os requerimentos 488/2021, 489/2021, 490/2021, 491/2021, 492/2021, 493/2021 e 494/2021.



Texto:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337


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