29 DE JUNHO DE 2021
Jhoão Scarpa e Anselmo Figueiredo falaram sobre o direito ao respeito e a concretização de políticas públicas voltadas à comunidade
Parlamento Aberto entrevistou membro do Mandato Coletivo "A Cidade é Sua" Jhoão Scarpa e presidente do Conselho Municipal LGBT de Piracicaba Anselmo Figueiredo
O Parlamento Aberto reuniu Jhoão Scarpa, membro do Mandato Coletivo “A Cidade é Sua” (PV), e Anselmo Figueiredo, presidente do Conselho Municipal LGBT de Piracicaba, em live nesta segunda-feira (28), Dia Mundial do Orgulho LGBT. Os entrevistados frisaram a importância de ações concretas para avanço das conquistas da comunidade.
“Eu só acredito na mudança através de ações”, disse Anselmo Figueiredo. O presidente do Conselho Municipal LGBT apontou para iniciativas de prevenção à homofobia, como a Parada LGBT, realizada na cidade. De acordo com Figueiredo, a Parada precisa ser interpretada como uma ação cultural.
Jhoão Scarpa pontuou que os atos do Mandato Coletivo “A Cidade é Sua” (PV) relacionados à comunidade LGBT visam fortalecer e dar continuidade às ações que já existem na cidade. "Precisamos de ações efetivas, ações de políticas públicas, de prevenção, que exigem respeito. Não preciso pedir que me respeitem, mas exigir que me respeitem", declarou. O membro do mandato coletivo também falou sobre a importância do apoio dos demais parlamentares para aprovação de políticas públicas. Além do gabinete da vereadora Silvia Morales, ele reforçou que iniciativas em prol do público LGBT são encampadas pelo mandato da vereadora Rai de Almeida (PT). “Temos que levar essas discussões para dentro da Câmara”, disse.
Os entrevistados apontaram o poder Executivo como um dos agentes de mudança, da necessidade de políticas públicas serem estabelecidas pelo Governo Federal e que o Supremo Tribunal Federal tem acolhido parte das demandas da comunidade LGBT.
“Ainda temos muitos direitos que não são garantidos por causa da nossa orientação sexual”, disse Figueiredo. O presidente do conselho ressaltou a necessidade de recursos destinados à área da educação, saúde, cultura, entre outras, para a concretização de políticas públicas. O entrevistado falou sobre a importância da conscientização sobre a homofobia. “Em Piracicaba, isso (a homofobia) está crescendo, sentimos isso na ONG”, disse o entrevistado, que contou sobre o atendimento de casos de violência familiar contra pessoas LGBT.
Jhoão Scarpa declarou que pessoas fora da comunidade LGBT também devem reforçar pautas contra homofobia e cobrar direitos. “É preciso ter coragem. A pessoa pode usar essa posição, de legislador, para contribuir. Precisa ser coerente com o discurso”, falou. Scarpa ainda repudiou piadas homofóbicas: “um meme que incita violência pode ter consequências graves”, disse.
Anselmo Figueiredo também falou sobre o impacto da representatividade LGBT na sociedade e lembrou a representação de homens gays em programas de humor. “Nunca gostamos desse estigma”, disse. O entrevistado também falou sobre a história do dia 28 de junho, quando gays, travestis e lésbicas foram presos em decorrência da lei que proibia a reunião de pessoas LGBT em espaços públicos, revogada em 1966.
Sobre o ato em apoio à comunidade LGBT realizado pelo Vasco da Gama neste domingo (27), quando jogadores seguraram a bandeira LGBT, Anselmo Figueiredo frisou que a iniciativa é importante, mas que o futebol ainda é “extremamente machista, antes de ser homofóbico, onde pessoas usam xingamentos às mulheres e às mães dos jogadores”, disse. “As pessoas colocam a homofobia para fora do armário, houve alguns avanços, mas ainda temos muitos problemas”, falou.