Reconhecido pela Câmara com voto de congratulações proposto pela vereadora Rai de Almeida (PT), o Banco Ceagesp de Alimentos celebra a marca mensal de 25 toneladas de frutas e hortaliças entregues a famílias e entidades assistenciais de Piracicaba e região. "É uma bênção, que só Deus mesmo para recompensar", reage a dona de casa Angela Alves ao receber uma das cerca de 50 sacolas distribuídas na tarde desta sexta-feira (19).

Próprios para o consumo, mas já não tão atraentes para a venda nos galpões, os alimentos —que antes do programa iniciado em 2018 acabavam tendo o lixo como destino final— são recolhidos de produtores e permissionários, selecionados e então distribuídos às famílias e entidades que preenchem os requisitos e estão cadastradas no BCA.

"Tudo o que recebo é muito bem aproveitado", diz Angela, que mora no bairro João Conceição e há cinco meses comparece quinzenalmente ao entreposto do Ceagesp de Piracicaba para retirar a sacola, recheada com itens como banana, mandioquinha, abacaxi, maçã, pepino, cheiro verde, mamão, mandioca, pimentão e cenoura. Há revezamento: em uma semana são contempladas as famílias cadastradas; em outra, as entidades.

À frente do programa, a gerente operacional Claudiceia de Lima Ferreira comemora o envolvimento dos comerciantes na iniciativa e o incentivo do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para consolidá-la em política pública de combate à fome. Os dois fatores, segunda a coordenadora, fizeram o BCA saltar das 3 toneladas mensais, nos anos iniciais, para os 25 mil quilos de produtos da lavoura distribuídos atualmente.

Além de nutrir, o programa aproveita o dia das entregas para levar informações às pessoas beneficiadas —do total, 90% são mulheres. Há oficinas, campanhas solidárias como o Natal Feliz e palestras, por exemplo, sobre prevenção à violência doméstica. Claudiceia destaca o trabalho em rede e o significado da ajuda diante do orçamento apertado das famílias. "Algumas recebem aposentadoria e têm que comprar remédio, pagar aluguel", observa, acrescentando que o programa estimula a alimentação saudável.

Rai de Almeida enfatizou a importância da política pública do governo federal ao destinar às famílias produtos de qualidade que antes eram descartados. "Vemos o quanto o Brasil é rico em alimentos e o valor de uma política que organiza aquilo que iria para o lixo, quando temos um governante que pensa no combate à fome, fazendo a distribuição sair de 3 mil toneladas para 25 mil toneladas por mês."

"Em 2021 e 2022, não foram poucas as pessoas que vimos na mídia buscando osso em açougue. Depois que o governo Lula assumiu, isso vem mudando, mas precisa de mais.
Que ninguém fique sem acesso à alimentação", completou a autora do requerimento 173/2024, que destacou a "excelente qualidade" das frutas e hortaliças embaladas nas sacolas. "É um trabalho coletivo, com todo mundo junto construindo, colaborando."