Artista visual com três décadas de atuação, Erasmo Spadotto esteve na Câmara Municipal de Piracicaba nesta quinta-feira (19) para apresentar o "Humor na Sala de Aula", projeto que percorre as escolas da cidade para ensinar as quatro categorias do desenho de humor: histórias em quadrinhos, caricatura, cartum e charge.

Ele se inscreveu para ocupar a Tribuna Popular da Câmara na 59ª Reunião Ordinária, comentou como surgiu o projeto Humor na Sala de Aula e das dificuldades em realizá-lo. "Somente no mês de novembro, tenho 11 escolas agendadas, que agendo através do meu WhatsApp e da minha rede social. Vou às escolas com o meu carro e com o meu combustível. Não tenho ajuda de ninguém para fazer esse trabalho", disse.

Segundo o artista, o projeto Humor na Sala de Aula surgiu para incentivar as crianças a participarem do Salãozinho de Humor, concurso que completou uma década de realização e é destinado a estudantes da rede pública e privada de 7 a 10 anos e de 11 a 14 anos, como parte da programação do Salão Internacional de Humor, maior evento mundial no segmento.

"O poder público precisa acreditar e apostar nisso. Tenho certeza que vocês têm esse tipo de sentimento, de ver uma criança conseguir fazer um desenho, executar um traço, mas com a ajuda e incentivo de alguém da área. Garanto que Piracicaba tem mão de obra suficiente para isso e posso citar aqui, sem dúvida, 10 artistas parceiros que podem fazer tranquilamente", declarou, trazendo ainda como exemplo a história de transformação de uma menina após entrar em contato com o projeto.

Ele deixou claro que a sua declaração não teve a intenção de solicitar "cachê" ou salário para desenvolver o trabalho, mas uma estrutura para chegar às escolas. "Não vou desistir", declarou.

Spadotto é criador do clássico personagem Capivaras, desenvolvido quando trabalhava no Jornal de Piracicaba, onde permaneceu por mais de 20 anos. Também dirigiu o Salão Internacional de Humor de Piracicaba, vinculado ao Cedhu Piracicaba (Centro Nacional de Humor Gráfico). "Antes de ser artista gráfico, fui office boy, bancário, comerciante, entregava resultado de jogo do bicho, motorista e farmacêutico, até entrar no Jornal de Piracicaba, em 1983."

O depoimento do artista foi endossado pelos vereadores Paulo Camolesi (PDT) e Rai de Almeida (PT).