16 DE ABRIL DE 2021
Moção de apoio à Bancada Feminina repudia quebra de decoro parlamentar de Éder Mauro e Eduardo Bolsonaro
Moção foi aprovada nesta quinta-feira (15)
A moção de apoio à Bancada Feminina da Câmara dos Deputados foi aprovada pela Câmara Municipal de Piracicaba nesta quinta-feira (15), durante a 7ª reunião extraordinária. A propositura é de autoria de Silvia Morales (PV), do mandato coletivo “A cidade é sua”, e Rai Almeida (PT). A moção 57/21 apoia as deputadas diante da quebra de decoro parlamentar dos deputados Éder Mauro (PSD) e Eduardo Bolsonaro (PSL).
As vereadoras repudiam a postura de Eduardo Bolsonaro ao publicar um vídeo em que Éder Mauro dizia que Maria do Rosário (PT) precisava de um médico, pois não parava de falar, durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Eduardo Bolsonaro afirmou em sua publicação que “parecia ser a gaiola das loucas, mas são só as portadoras de vagina na CCJ sendo levadas a loucuras pelas verdades ditas pelo deputado Éder Mauro”.
Diante da quebra de decoro, as deputadas da Bancada Feminina da Câmara dos Deputados acionaram o Conselho de Ética da Casa para analisar os fatos ocorridos. Para as vereadoras Rai Almeida e Silvia Morales, “reduzir a ‘portadoras de vagina’, de maneira sarcástica e em forma de chacota, mulheres ‘que falam’, representa a postura misógina e machista que tanto é repudiada pelos movimentos sociais em defesa dos direitos humanos”.
As vereadoras ainda destacam que este é um cenário presente no legislativo e executivo, tanto na esfera federal, quanto estadual e municipal. Durante a 7ª reunião extraordinária, Silvia Morales pontuou que líderes políticos que fazem piadas vexatórias de cunho sexista, podem incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo. “As pessoas que ocupam esses cargos políticos devem ter consciência da responsabilidade que têm”, disse.
Rai Almeida ressaltou, na sessão, que a moção tem importância de cunho político por representar as mulheres no cenário da política no país e incentivar essa discussão. Na propositura, as parlamentares também destacam que ofender e reduzir a “portadoras de vagina” é mais uma forma de desumanizar e violentar as mulheres.
Ainda durante a sessão, o vereador Fabrício Polezi (Patriotas) trouxe argumentos contrários à moção. O parlamentar relembrou matérias de veículos de comunicação como Folha de São Paulo, Uol, Carta Capital e o Globo que usavam o termo “pessoas com vagina”. Para o vereador, as críticas das parlamentares são dirigidas a Eduardo Bolsonaro e não ao termo em si.