07 DE JUNHO DE 2024
"Eu vou continuar defendendo a natureza e ficar de cabeça erguida, porque não sou responsável por futuros problemas de alagamentos, de inundações", disse Silvia Morales
Silvia Morales ocupou a tribuna durante a reunião ordinária desta quinta-feira
A vereadora Silvia Morales (PV), do mandato coletivo A Cidade é Sua, lamentou a rejeição, pela maioria do plenário, ao projeto de lei complementar de sua autoria que propunha atrelar a legislação municipal ao que determina o Código Florestal quanto às metragens mínimas a serem respeitadas em áreas de preservação permanente marginais de cursos de água natural em zona urbana.
O projeto de lei complementar 5/2024 foi a terceira tentativa da vereadora, desde 2022, em legislar sobre o tema. Ao final da 34ª Reunião Ordinária, nesta quinta-feira (6), Silvia Morales ocupou a tribuna para tecer críticas aos votos contrários à proposta e também ao Executivo —a parlamentar aproveitou para exibir, no telão, fotos de árvores cortadas pela Prefeitura na véspera (5), Dia Mundial do Meio Ambiente.
"A democracia é isso: eu tentei mais uma vez. É a terceira vez que a gente traz esse projeto para a pauta. Tenho que dizer que fico triste [com a rejeição], mas era de se esperar, num município onde no Dia do Meio Ambiente acontece isso [o corte] com uma árvore", disse Silvia Morales, que em seguida falou da importância que a aprovação do projeto tinha para conter os efeitos de eventos climáticos extremos.
"Nós nos comovemos bastante com o Rio Grande do Sul e aqui tivemos a oportunidade de fazer alguma coisa para minimizar esses problemas, porque Piracicaba está na rota de risco, e votam contra. Então é muita contradição, muita hipocrisia. Piracicaba está sendo colocada na contramão do mundo, de novo. Isso é muito triste", comentou a autora do projeto de lei complementar.
"Eu vou continuar defendendo a natureza e ficar de cabeça erguida, porque não sou responsável por futuros problemas de alagamentos, de inundações. Temos a oportunidade de fazer a diferença e acabamos votando contra um projeto que na verdade ia trazer benefícios para o meio ambiente, sem trazer problemas para a Rua do Porto, as construções consolidadas, as favelas."
A vereadora classificou como "lamentável tudo o que tem acontecido". "Essa Prefeitura tem uma política de clima na mão dela, entregue pelo Comclima, e não mandou para esta Casa ainda. E vai à rádio dizer que está preocupada com o clima? Não tem nem mais secretário de Meio Ambiente, não sabem nem o que estão fazendo!", concluiu.