
20 DE SETEMBRO DE 2013
Laércio Trevisan Jr. (PR) defendeu, na reunião de quinta-feira, 19, que movimento foi criado para atacar legisladores durante o período eleitoral
Vereador denuncia irregularidades em entidades apoiadoras do “Reaja”
O vereador Laércio Trevisan Jr. (PR) usou a tribuna da Câmara de Vereadores de Piracicaba, na reunião ordinária desta quinta-feira, 19, para apresentar irregularidades em entidades apoiadoras do movimento “Reaja, Piracicaba”. O parlamentar centrou críticas sobre membros do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e da Florespi, organização que atua com licenciamento ambiental, gestão de resíduos, cursos e oferece consultorias a órgãos públicos e privados.
De acordo com o vereador, que também é advogado, a Lei Federal 9790, de 23 de maio de 1999, e o estatuto destas organizações proíbem atividades político-partidárias. Mesmo assim, ele adverte, ambas apoiaram claramente a mobilização que desde agosto do ano passado pedia a revogação do reajuste dos subsídios dos vereadores. “O quartel general do ‘Reaja’ sempre foi na sede do Florespi, na rua Tiradentes, 1139”, informou.
Trevisan Jr. detalhou irregularidades na Florespi, que, segundo ele, embora tenha realizado as eleições internas em 15 de julho de 2012, apenas registrou o novo presidente em 7 de dezembro, quase cinco meses depois. “Neste período, Ricardo Schmidt, eleito nesta data como tesoureiro, aparecia como líder da organização não-governamental”, apontou. “E o presidente, o advogado Tadeu de Jesus Camargo, filiado ao PT, nunca apareceu publicamente porque também”, enfatizou. A eleição da ONG teve 17 pessoas, cinco delas parentes de Ricardo Schmidt, acrescentou o legislador.
Outra crítica é quanto à transparência da contabilidade do Florespi. “Como eles falam de transparência, e cobram desta Casa, fui ao cartório e pedi o detalhamento da contabilidade deles”. No registro, porém, Trevisan Jr. obteve apenas a primeira página do livro-caixa de 2010, com a abertura do documento, e a última página, a qual informa que deveria haver 316 páginas. E o vereador lembrou que, além da casa na Tiradentes, o Florespi também é proprietário de um sítio no bairro Godinhos, com 32 mil metros quadrados. “Eu quero que eles apresentam a contabilidade mês a mês”, cobrou.
Trevisan Jr. também criticou Renato Morgado, que, segundo ele, aparece publicamente como representante do Imaflora, mas nos registros da entidade atua como funcionário. Proprietária de sede com 3 mil metros quadrados no bairro Dois Córregos, o Imaflora foi criado por professores da Esalq e, atualmente como OSCIP, recebe verba pública do governo federal, estadual e municipal. “E quem era o eterno coordenador de projetos do Imaflora?, o funcionário Renato Morgado, que coordenou o ‘Reaja’ e também foi presidente do Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente)”, disse.
O recém-criado Observatório Cidadão de Piracicaba também foi alvo das críticas do vereador Trevisan Jr. “Hoje (quinta, 19) nos jornais da cidade, Renato Morgado aparece novamente como secretário-executivo de uma ONG, o ‘Observatório Cidadão’, mas que não existe qualquer registro como pessoa jurídica”, aponta o vereador, que lembrou que o lançamento do site, ocorreu no auditório da OAB – 8a Subsecção, em Piracicaba.
Para o vereador, as entidades Florespi, Imaflora e a diretoria passada da OAB – 8a Subsecção organizaram o “Reaja”, que, embora aparecesse publicamente como “apartidário”, estava direcionado para atacar os vereadores durante o período eleitoral. “O quebra-cabeça começa a ser montado e hoje começarmos a entender o que acontece nesta sociedade e de como o interesse político e partidário apareceram sob a alegação de que não havia qualquer interesse político e partidário”, avaliou.