18 DE OUTUBRO DE 2019
Vereador intermediou conversa entre Raquel Moreno, com surdez adquirida há 20 anos, Marcella Giusti, fonoaudióloga, e o secretário municipal de Saúde.
Autor da indicação 2.606/2019, em que propõe ao Executivo a adoção de um programa de saúde auditiva em Piracicaba, o vereador Osvaldo Schiavolin, o Tozão (PSDB), intermediou a conversa entre duas ativistas engajadas na viabilização do projeto e o secretário municipal de Saúde, Pedro Mello. O encontro ocorreu na tarde desta sexta-feira (18), no Centro Cívico.
A ativista Raquel Moreno, com surdez bilateral adquirida há quase 20 anos, e a fonoaudióloga que a acompanha, Marcella Vitti Giusti Martorini, especialista em audiologia, defendem a realização de ações nas escolas municipais para a detecção de possíveis problemas auditivos de alunos. Parte da proposta já está contida na indicação elaborada por Tozão, mas deve ganhar mais detalhes em projeto que Raquel e Marcella formalizarão ao Executivo.
Na conversa com Pedro Mello, o secretário, que apoia a ideia, observou que os próprios professores podem ser capacitados caso o programa seja colocado em prática, tal como já acontece em relação a problemas de visão dos estudantes. Ele também disse que a iniciativa deve ser casada com os esforços para a vinda de um CER (Centro Especializado em Reabilitação) para Piracicaba.
O CER, do governo federal, é um ponto de atenção ambulatorial especializado em reabilitação, que realiza diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção de tecnologia assistiva em pelo menos duas de quatro modalidades de reabilitação: auditiva, física, intelectual e visual.
Pedro Mello falou da importância do diálogo político para a viabilização de recursos, principalmente federais, para serem aplicados em programas desse tipo, algo que já vem sendo estudado pela Secretaria Municipal de Saúde.
Marcella disse que a proposta de começar trabalhando com as escolas municipais visa, a longo prazo, estabelecer uma política voltada à saúde auditiva em Piracicaba. Segundo ela, os principais problemas que afetam crianças em idade escolar são "perda auditiva congênita, quando se nasce com essa dificuldade, e infecções de ouvido recorrentes".
"O que pode ser feito inicialmente nas escolas é criar uma espécie de 'peneira grossa', com uma triagem auditiva para identificar essas crianças com possíveis sinais de perdas auditivas, fechar o diagnóstico delas e encaminhar para reabilitação", disse a fonoaudióloga.
Raquel reforçou a necessidade de ações, na saúde, para a prevenção de casos de perdas auditivas. "Transformei minha jornada de 20 anos em missão", disse ela, ao falar de sua disposição para debater o tema em escolas e outros espaços da sociedade.
Tozão, que tem dado apoio à iniciativa, elogiou o empenho de Raquel e Marcella. "Vou continuar acompanhando. Só conseguimos algo em prol da população se formarmos forças. Temos que ter juntos o Executivo, o Legislativo e profissionais da área que possam somar", afirmou o vereador.