09 DE ABRIL DE 2019
Segunda a ocupar a tribuna na noite desta segunda-feira (8), Maika Celi fala sobre seu projeto "Vitiligo – Meu Lugar ao Sol”
Maika Celi ocupou a tribuna durante a 18ª reunião ordinária, nesta segunda-feira (8)
Maika Celi Amancio, a idealizadora do projeto “Vitiligo – Meu Lugar ao Sol”, ocupou a tribuna nesta segunda-feira (8), durante a 18ª reunião ordinária. Ela também ressaltou o projeto de lei 329/2018 de autoria do vereador André Bandeira (PSDB), que foi aprovado em segunda discussão na mesma noite, através do qual, é colocado no calendário oficial de eventos do município o Dia Municipal de Conscientização Sobre o Vitiligo, a ser comemorado no dia 25 de junho.
Representando a causa da conscientização da inclusão de pessoas com vitiligo, Maika contou sua história com a doença que possui há 19 anos. "Desde o diagnóstico, em que a médica já me disse ‘ai que dó, isso é vítigo’, carrego várias situações de rejeição, humilhação e intolerância por ter a doença", contou.
Segundo ela, pesquisas em fontes pertinentes apontam de 2 a 3% da população mundial tem vitiligo. "Não sabemos qual o motivo e nem como a doença se desencadeia, mas sabemos que um dos principais motivos é o fator emocional. Também não há um exame para dignosticar se a pessoa tem a pré disposição de ter a doença, ou seja, qualquer um está sujeito a ter, sejam elas crianças, adolescentes ou adultos”, reforçou.
Maika enalteceu o projeto de lei de André Bandeira e citou que através dele, Piracicaba será a primeira cidade a ter uma lei aprovada de inclusão e conscientização do vitiligo no Brasil. Para ela, a causa de preconceito está pela falta de conhecimento sobre o assunto. "Muitas pessoas dignosticadas com vítligo se escondem e se sentem excluídas da sociedade pela sua condição e são vítimas de preconceito. Muitas pessoas não sabem, por exemplo, que o vitiligo não é transmissível", contou.
De acordo com ela, o trabalho é de "formiguinha", mas as pessoas têm que entender que "não há nada de errado em ser quem somos e que não precisamos nos encaixar nas expectativas alheias para sermos felizes e respeitados. Entendemos que padrões são meras convicções sociais e que eles não podem reger a nossa vida", ressaltou.
"Nós, pessoas com vitilígo, não precisamos nos esconder, não precisamos viver na sombra. O que precisamos é mudar e o que precisa mudar é a conscientização, a informação para que o desrespeito e o ódio dê lugar ao acolhimento e ao amor. Acredito que com a lei aprovada, a nossa cidade estará declarando que nossa população com vitilígo também tem direito ao respeito e dignidade", concluiu.
O vereador André Bandeira parabenizou Maika por suas declarações e por sua busca incessante por essa conscientização. “Que esse projeto venha a somar no seu trabalho e que situações descritas por você não aconteçam mais. Que de uma vez por todas, a população respeite e conviva com essas diferenças, sabendo que elas não fazem um melhor ou pior do que o outro", disse.
Para Nancy Thame (PSDB) a grandeza, a luta e exposição de Maika têm que ser reconhecida. “Muitas vezes esse sofrimento que existe em várias vertentes da sociedade precisa de pessoas como você para conseguir esse espaço. Acho que é isso que uma Câmara de Vereadores tem que estar atenta a fazer: qual a diferença que podemos trazer e que é preciosa nesse conjunto”, disse.
Para finalizar, o vereador Osvaldo Schiavolin, o Tozão (PSDB) ressaltou que em sua família também há pessoas com vitiligo e enalteceu Maika por sua coragem. “Isso faz com que as pessoas que possuem esse problema de pele venham se colocar. São pessoas normais e que conviemos com elas. Parabéns”, concluiu.