06 DE AGOSTO DE 2021
Rodrigo Diniz fala sobre importância da vigilância socioassistencial durante pandemia.
Rodrigo Aparecido Diniz, assistente social
Para o assistente social Rodrigo Aparecido Diniz, a pandemia encontrou condições sanitárias, políticas, econômica e sociais favoráveis para se desenvolver no Brasil e isso se tornou um desafio para a assistência social. “A população mais pobre vive uma dualidade entre luta e luto”, disse.
A palestra “O trabalho da assistência social em um cenário de pandemia: a importância da vigilância socioassistencial” foi realizada na quinta-feira (5), via Zoom. O curso é promovido pela Escola do Legislativo “Antonio Carlos Danelon – Totó Danelon”, da Câmara Municipal de Piracicaba, e contou os vereadores Pedro Kawai (PSDB) e Silvia Morales, do mandato coletivo “A Cidade é Sua” (PV).
O curso foi realizado em parceria com o Núcleo de Educação Permanente da Smads (Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social). Os palestrantes Rodrigo Aparecido Diniz, assistente social, Rosimeire Bueno Jorge, formada em serviço social, e Fernando Monteiro Camargo, cientista social, conduziram o encontro.
Diniz ressaltou que a vigilância socioassistencial deve observar as demandas da população para propor acesso, ou seja, além de gerar dados, interpretá-los. Mas o investimento neste serviço tem diminuído, “principalmente quando tem recebido ainda mais demandas”.
“A vigilância deve ter a oportunidade de analisar situações de vulnerabilidade e discutir estratégias adequadas de proteção”, disse o assistente social. O palestrante ressaltou que a vigilância deve ser relacional, ou seja, conhecer a realidade da população atendida.
O assistente social ainda comentou as “marcas” que a pandemia causou no país, como o aumento das desigualdades sociais. “Nesse cenário temos mais de 14 milhões de desempregados, mais de 19 milhões de pessoas passando fome no país, empregar essas pessoas é um processo demorado e longo que talvez não atinja a totalidade”, disse.
Diniz mencionou os dados das vítimas do Covid-19, que apontam relações étnico-raciais, visto que a população que mais sofreu foram das periferias. “O vírus aprofunda questões estruturais da sociedade”, observou. Ele explicou que isso acontece porque pessoas de lugares periféricos muitas vezes não têm acesso às políticas de saúde. “O papel da vigilância, enquanto política de assistência, é de proteção e defesa de direitos”, afirmou.
O cientista social Fernando Camargo ainda frisou que o momento atual é oportuno para discutir a temática. “Ainda enfrentamos consequências sociais, falta e emprego, vulnerabilidade, violações de direito, observamos isso com a assistência”, ressaltou. Rosimeire Jorge também refletiu sobre o direcionamento de políticas públicas proporcionado pela análise da assistência social.
Durante a palestra, os vereadores Pedro Kawai e Silvia Morales agradeceram a contribuição dos palestrantes para a discussão sobre a criação de políticas públicas em Piracicaba.