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02 DE ABRIL DE 2019

Palestra desvenda o universo artístico de Tarsila do Amaral


Professor de história da arte Fábio San Juan trouxe conteúdo sobre a pintora



EM PIRACICABA (SP)  

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Atividade da Escola do Legislativo integrou eixo temático Difusão Cultural

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"Eu quero ser a pintora do meu país", disse Tarsila do Amaral, em 1923. Um dos nomes que liderou o movimento modernista no Brasil, a pintora teve sua trajetória explorada pelo professor de história da arte Fábio San Juan, na palestra "Eu invento tudo na minha pintura: a identidade brasileira na pintura de Tarsila do Amaral", proporcionada pela Escola do Legislativo da Câmara de Vereadores, na noite desta terça-feira (2).

Para acolher o público, San Juan extraiu dos participantes suas visões da expressão identidade, que, segundo ele, é o conjunto de características que distinguem uma pessoa ou uma coisa e, por meio das quais, é possível individualizá-la. “Será que ao colocarmos a identidade de um povo, queremos extrair uma coisa só?", provocou.

No caso da arte, a identidade ocorre quando uma obra tem a força de resumir um conceito –ainda que intangível– e este permita identificar um povo. Como exemplo, ele apresentou obras de Pedro Américo, autor da pintura Independência ou Morte, e Victor Meirelles, que exaltou a figura do índio em suas telas.

Outros exemplos evocados por San Juan foram do artista barroco mineiro Aleijadinho, do pintor José Ferraz de Almeida Júnior em Caipira Picando o Fumo e de Cândido Portinari, em O Lavrador.

"Percebem que nossos símbolos nacionais, todos, ainda que distintos, possuem algo em comum?”, indagou, ao esperar uma resposta da plateia, que veio da vereadora Nancy Thame (PSDB), diretora da Escola do Legislativo: "a forte ligação com a terra”.

Ainda sobre a identidade brasileira, San Juan comentou sobre as faces do modernismo brasileiro, como a constante oposição entre as culturas rural e urbana. A dualidade também se expressa no antigo e no moderno, no tradicional e no inovador, no religioso e no urbano.

San Juan também explanou sobre a evolução artística de Tarsila, que começou a se dedicar aos pincéis em 1917 e teve como professores o naturalista Pedro Alexandrino e o alemão Georg Elpons. É no ateliê de Alexandrino que Tarsila conhece a também aluna de pintura Anita Malfatti. A modernista estudou ainda em Paris, durante dois anos, e retornou ao Brasil quatro meses após a icônica Semana de Arte Moderna, em 1922.

Junto a Anita e os artistas Menotti Del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade (com quem se casou), Tarsila integrou o Grupo dos Cinco.

Sobre as obras da artista, San Juan apresentou detalhes de As margaridas de Mário de Andrade, Chapéu Azul e Figura (Passaporte) –as três de 1992– além de Retrato de Oswald de Andrade, A Negra e Caipirinha (todas de 1923), A Cuca, Estrada de Ferro Central do Brasil e Carnaval em Madureira (1924), Pescador (1925), A Lua (1928), Operários (1933), entre outras. "Em vários momentos de sua obra, existe a imaginação operando de uma forma não realista", explicou.

ABAPORU – A obra mais conhecida de Tarsila, que é natural de Capivari, é a pintura Abaporu, produzida em 1928, como presente ao então marido, Oswald Andrade. Atualmente, o quadro pertence ao argentino Eduardo Costantini, que a adquiriu por R$ 9 milhões e que retorna ao Brasil para uma megaexposição no Masp (Museu de Arte de São Paulo), entre 5 de abril e 23 de junho.

O termo “abaporu" vem da fusão indígena das palavras "aba" e “poru” e significa "homem que come carne humana". "Foi esse quadro que deu início ao movimento antropofágico", informou San Juan.

Surgido em 1928, o Manifesto Antropofágico tinha como propósito criar uma cultura de caráter nacional a partir da assimilação de outras culturas, porém com autonomia, transformando o produto importado em "exportável".

ESCOLA – A palestra de Fábio San Juan integrou o eixo temático Difusão Cultural, um dos quatro adotados pela Escola do Legislativo no oferecimento das ações, sempre gratuitas (os demais são Educação para a Cidadania, Capacitação de Agentes Políticos e Capacitação de servidores e vereadores).

Nancy Thame, que fez a abertura e o encerramento da atividade, explicou que a Escola do Legislativo tem 63 professores colaboradores e que uma das intenções é a de ampliar os espaços de diálogo na Câmara. "É o coletivo que faz a diferença. Por meio de opiniões diferentes podemos refletir, trabalhar a cidadania, as lideranças e difundir cultura", disse a vereadora.



Texto:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Escola do Legislativo Nancy Thame

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