O vereador Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP), entregou nesta quinta-feira (07/04) Moção de Aplausos à Associação Expedicionária da Saúde e ao oftalmologista piracicabano, doutor Rogério Sabino Bacchi, pela expedição realizada em novembro de 2010 que atendeu à população indígena da Comunidade Cartucho, em Santa Isabel do Rio Negro (AM).

Os Índios Yanomani, Baré, Tucano e Baniwa contaram com o atendimento de oftalmologistas, ginecologistas, pediatras, ortopedistas, anestesistas, cirurgiões e dentistas. Foram 1.161 atendimentos e 179 cirurgias em dez dias de expedição.

O oftamologista piracicabano, que operou diversos índios durante a expedição, agradeceu a homenagem e disse que é triste ver pessoas sem nenhum tipo de atendimento médico e que não há palavras para descrever a emoção de ajudá-las. 

“Agradeço a esta Casa e Leis e a vereador Gomes pela homenagem, me sinto na obrigação de me doar aqueles que não têm oportunidade de ter uma vida melhor. É uma grande satisfação receber essa Moção, principalmente, acompanhado por meus pais a quem devo tudo o que sou e tenho”, disse emocionado o oftamologista.

Capitão Gomes, parabenizou o jovem médico pelo trabalho realizado na Amazônia e comentou que como representante do povo piracicabano, não poderia deixar de reconhecer, aplaudir e incentivar o oftamologista. “A missão apesar de complicada é de grande satisfação pessoal e não há dinheiro que pague”, disse.

O presidente da Câmara de Vereadores, vereador João Manoel dos Santos (PTB), parabenizou Capitão Gomes, pela sensibilidade em homenagear o doutor Rogério Sabino Bacchi, com uma Moção de Aplausos e ao oftamolista pelo trabalho realizado na expedição.

A Associação Expedicionária da Saúde é uma organização não-governamental, que reúne médicos voluntários em expedições levando medicina especializada, principalmente atendimento cirúrgico, às populações indígenas que vivem isoladas e que conta ajuda de  empresas na forma de doações financeiras, de serviços e de materiais, tornando o  projeto viável.

Um  grupo de amigos, em sua maioria médicos, organizava caminhadas em meio à natureza. No ano de 2002, ao visitarem o Pico da Neblina, no Amazonas, tiveram a oportunidade de conhecer uma aldeia Yanomami.

Confrontados com uma realidade muito diferente da que viviam, resolveram mudar o foco de suas viagens e tentar fazer alguma coisa pela população indígena da região. Procuraram as instituições responsáveis pelo atendimento à saúde para entender como atuavam e, assim, planejar uma participação eficaz.

A Associação foi  oficialmente estruturada em 2003 e desde então, as caminhadas iniciais transformaram-se em expedições de atendimento médico às comunidades indígenas na Amazônia, dando origem ao programa "Operando na Amazônia-Rio Negro". Qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, o programa foi reconhecido pela Fundação Banco do Brasil, Petrobrás e Unesco como tecnologia social eficiente, uma das três melhores da região Sudeste em 2007.

Há hoje no Brasil cerca de 220 povos indígenas, originários dos mais de 1.000 que aqui viviam na época do Descobrimento. Representam uma população de aproximadamente 370 mil indivíduos, que falam mais de 180 línguas diferentes. As dificuldades são enormes, envolvendo desde questões operacionais relacionadas ao acesso às comunidades até a dificuldade de encontrar profissionais da área médica dispostos a viver em regiões tão isoladas.

Patrícia Sant’Ana Amancio _ MTb: 24.154
Foto: Gustavo Annunciato _ MTb: 58.557