
04 DE SETEMBRO DE 2018
Aposentado e assistente social Antonio Carlos Danelon traçou as principais tarefas desenvolvidas pelo serviço social
Oficina apresentou o serviço social realizado no bairro Jardim Oriente
Na manhã desta segunda-feira (3) aconteceu o a Oficina Arquitetura Comunitária – Experiência de Trabalho em Rede, com o aposentado e assistente social Antonio Carlos Danelon, o Totó Danelon, no novo espço da Escola do legislativo na Câmara de Vereadores.
A coordenadora da Escola do Legislativo e vereadora Nancy Thame (PSDB) ressaltou que é importante "fortalecer a cidadania, lutar pelo o que é nosso e entender o coletivo. Também fortalecer a liderança, porque cada um de nós somos líderes e mais a difusão de cultura".
Inicialmente, Danelon pediu para que os alunos escutassem a música “Sapato 36”, de Raul Seixas, para explicar que não podemos aceitar tudo o que é dado para nós e sim “ter respeito consigo mesmo, pois aceitar algo calado é falta de amor e autoestima”.
Danelon comentou sobre as atribuições da Semdes (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social), que antes de 2004 dispunha de assistentes sociais em bairros com indicativos elevados de vulnerabilidade social e tinha como objetivo organizar a comunidade, atender a população e fazer encaminhamentos.
O palestrante citou situações encontradas pela Semdes no Jardim Oriente, em 1999. A população do bairro, condicionada à benemerência, sofria com baixa autoestima e violência.
Ele comentou que além da Semdes, que mantinha seus cursos de capacitação, eram procuradas diversas secretarias municipais e organizações públicas e privadas. Com isso, surgiram vários grupos, por exemplo, o Grupo de Idosos, Curso de Gestantes, Grupo Oriente, Grupo de Jovens, Ação Jovem Cidadão, entre outros.
Também foi relatada a articulação das organizações civis e públicas que formaram uma rede de parceiros, como a Secretaria da Ação Cultural, Emef (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário), Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Muccap (Associação Pró-Mutirão da Casa Popular de Piracicaba), Cooperativa das Costureiras, Pastoral da Criança e demais entidades.
Foram abordadas as pesquisas realizadas para entender o que mantinha a situação de exclusão, e segundo o palestrante, as crenças, conceitos e preconceitos eram responsáveis por isso, porque eram reproduzidas nas famílias. Então, a rede tornou as famílias e suas relações uma prioridade.
Danelon contou diversas situações em que presenciou como a opinião dos moradores em relação a gravidez precoce, a falta de higiene e a forma que em determinados momentos usavam crianças para pedir ajuda e evitar o trabalho.
Com essas situações, o palestrante traçou os vetores de ações – agora as famílias estavam cercadas com os serviços disponíveis. Os moradores também eram convidados para participar de reuniões do Conselho Tutelar e do Crami (Centro Regional de Registros e Atenção aos Maus Tratos na Infância). E passaram a ser distribuídos preservativos, responsável pelo Grupo Oriente, para discutir a sexualidade.
Além disso, foi criada uma agenda para a comunidade, com a participação de cada organização. Eram oferecidos cursos, feiras, palestras, cinema de praça, debates, campanhas, reivindicações, capoeira, futebol, caratê e a alfabetização de adultos.
Segundo o assistente social, essas abordagens levaram todo o grupo a refletir os motivos de exclusão, a questionarem suas visões de mundo, de si mesmos e da atuação profissional de cada um, além de questionar conceitos e quebrar preconceitos.
Danelon também deu a oportunidade para alguns alunos relataram o que presenciaram em algumas dessas situações. O médico Luis Fernando Barbosa, a enfermeira Elisabete Guimarães Esposto e a assistente social Mara Martins de Oliveira contaram sobre suas experiências e aprendizados com as situações que vivenciaram em seus trabalhos.