Diálogo. Processo coletivo. Construção. À medida que a vereadora Nancy Thame (PSDB) analisa as ações do mandato neste primeiro semestre de 2018, essas características vêm à tona como inerente ao modelo de atividade política que ela propõe. “Temos que ir além do Fla-Flu, precisamos saber o que nos une”, diz.

Presidente das comissões permanentes de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara de Vereadores de Piracicaba, a parlamentar foca o mandato nestes temas e no empoderamento feminino, o qual, segundo ela, está em evidência, avalia.

Em todas as áreas, a metodologia é a mesma. Inicialmente, tem a busca pelo confronto de ideias e, a partir deste processo constante, busca-se consensos pontuais para instrumentalizar as ações. O exemplo melhor acabado desta forma de trabalho são as propostas encaminhadas ao PDM (Plano Diretor do Município). 

“É uma metodologia diferente, nada é levado pronto, nesta roda de conversa a gente consegue ouvir com as diversas vozes e cada um vem de um lugar, depois temos o desafio de juntar os conhecimentos para o entendimento do que se discute”, explica. 

Na última sexta-feira (13), a vereadora participou – junto do vereador Paulo Serra (PPS), co-autor da proposta que criou o Fórum, em dezembro de 2017 – da entrega de um relatório com as propostas divididas em quatro temas: 1) Planos do Município; 2) Mobilidade; 3) Educação ambiental; e 4) Desenvolvimento Rural.

Definido pela vereadora como “apaixonante”, a criação do Horto Medicinal “Pau D’Arco” no CRAB Cecap também é resultado coletivo. “A gente ouve tanto que os postos de saúde têm mato e vandalismo, mas porque tem tudo isso, será que as pessoas sentem que aquilo é dela?”, questiona. O projeto envolveu servidores da unidade, professores e técnicos da Esalq, assim como voluntários que atuam naquela região. 

“Falei que sozinho não faríamos, mas tem várias pessoas me procurando (com esta vontade), então procuramos agricultores de Tanquinho, alunos e professor da Esalq, enfim, organizamos o evento e a sala lotou de gente, eu fiquei até assustada”, relata. A horta é repleta de fitoterápicas e recebeu o nome Pau D’Arco em homenagem à planta preferida do médico Walter Accorsi, referência no estudo de agricultura medicinal.

O Fórum de Empreendedorismo Feminino também entra no mesmo processo de construção coletiva. “Todas as ideias surgiram de reuniões, de rodadas de conversa e oficinas realizadas na Semana da Mulher”, conta Nancy Thame. O colegiado atua em cinco locais (Cecap, Tatuapé, Centro de Ressocialização, Mães do Ceame e Jardim Oriente), onde realiza diagnóstico e implementa ações voltadas ao tema. 

Além da atuação com cursos e palestras para as mulheres, foi no processo de formatação do Fórum em que surgiu a apresentação de emenda ao PPA (Plano Plurianual) para instalação de casa de passagem às vítimas de violência doméstica. “Mesmo não tendo sido aprovada, depois foi incluída pelo prefeito, o que é muito positivo na construção desta rede em torno da segurança feminina”, avalia. 

Ao avaliar da maneira como as ações do mandato são definidas, Nancy defende que todas estão norteadas por valores pessoais. “A gente se mantém forte quando se sente próximo aos princípios que nos norteiam”, diz. Por isso, a defesa da parlamentar é termo do diálogo. “É essa disposição que eu estou buscando”, conclui.