
05 DE FEVEREIRO DE 2019
Aproximadamente 200 munícipes estiveram na Casa de Leis nesta segunda-feira
Antes do início da sessão, público se concentrou em frente ao prédio principal
A primeira reunião ordinária de 2019 da Câmara de Vereadores de Piracicaba, nesta segunda-feira (4), foi marcada pela participação de movimentos populares, que pediram empenho dos parlamentares para investigar o Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto). Para acolher aproximadamente 200 municípes, a Casa de Leis distribuiu senhas para as cadeiras disponíveis no Plenário Francisco Antônio Coelho e disponibilizou a estrutura do Salão Nobre Helly de Campos Melges, onde puderam assistir à transmissão ao vivo pela TV Câmara.
Segundo o representante comercial José Edvaldo Brito, do Movimento Juntos por Piracicaba (MJP), estiveram na Câmara integrantes do Coletivo Popular de Piracicaba, Fala Pira, Lesados pelo Semae, ONG Vibe e Comunidade Católica do Vila Sônia.
Antes do início dos trabalhos, às 19h30, eles se posicionaram em frente ao prédio principal da Câmara, na rua Alferes José Caetano, 834, e se revezaram ao microfone para destacar as principais reclamações, como a falta de água em pelo menos 60 bairros, o reajuste de 4,95% na tarifa de água (que entrará em vigor em março), o índice de 50% nas perdas físicas na captação e distribuição de água e a distorção de valores nas contas residenciais.
"Viemos protocolar um abaixo-assinado com 4.000 assinaturas para que os vereadores instaurem a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o Semae. Estamos desde dezembro nos reunindo para colher as assinaturas. Achamos que tem uma caixa preta", declarou Brito.
O Setor de Protocolo da Câmara de Vereadores funciona de segunda-feira à sexta-feira, das 8h às 17h e, até esse horário, nesta segunda-feira (4), nenhum protocolo sobre o assunto foi entregue. Segundo Brito, isso deve ocorrer nas primeiras horas desta terça-feira (5).
O representante comercial também ocupou a Tribuna Popular da Câmara. Antes e após isso, ele abordou os parlamentares na entrada da sessão e no hall do prédio principal. Por volta das 21h20, conquistou a assinatura de oito parlamentares -- o equivalente a um terço dos 23 vereadores -- pró-instalação de uma comissão. Ao receberem a confirmação, os munícipes que estavam no hall do prédio principal cantaram o Hino Nacional Brasileiro.
Conforme Brito, até o final da noite desta segunda-feira a adesão ao documento veio dos vereadores Aldisa Vieira Marques, o Paraná (PPS), Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (PPS), Ary de Camargo Pedroso Jr. (PR), Dirceu Alves da Silva (PPS), Lair Braga (SD), Laércio Trevisan Jr. (PR), Matheus Erler (PTB), Paulo Serra (PPS), Paulo Campos (PSD), Ronaldo Moschini (PPS) e Wagner Alexandre de Oliveira, o Wagnão (PHS).
Para Itamar de Campos, da ONG Vibe, é obrigação da Câmara assegurar a participação dos movimentos populares, especialmente nos momentos de maior clamor. "A nossa região -- compreendida pelos bairros Cecap, Eldorado, Alvorada e Chapadão -- é uma das que mais sofre com a falta água na cidade. E foi durante nosso atendimento aos adolescentes, nosso principal foco de trabalho, que começamos a ouvir as reclamações das mães. Então, nos unimos ao movimento, pois a população está sendo lesada de uma forma covarde", declarou, citando como exemplo a cobrança de R$ 400 para uma conta de água em residência com mãe e filho.