Luiz Américo Chitolina, presidente da SPPA (Sociedade Protetora dos Animais) ocupou a tribuna da Câmara, na 55ª reunião ordinária, desta segunda-feira (24) para discutir a témática sobre a política de castrações do Canil Municipal, que deveria estar em consonância com o trabalho de entidades e setores organizados da sociedade.

"Todas as pessoas que trabalham em ONGs e protetores independentes estão sentindo a redução dos gastos da prefeitura nas castrações feitas pelo Canil Municipal. Nada mais justo que o prefeito ajude. O trabalho está ridículo. Antes eram 60 castrações, depois diminuíram para 40 e, agora, são 20. O Canil libera castrações para ONGS e protetores independentes, e depois cancela. Estamos sendo usados como palhaços. Estão sendo prejudicados não apenas os animais, como também o Canil, que precisa ligar na casa do cidadão para fazer os cancelamentos. Em todos esses anos, não existe política pública. Fiquei sabendo pelo 156 que as castrações só retornarão em 2019", disse Chitolina ao descrever a problemática que envolve o setor.

Chitolina também informou que a prefeitura adquiriu duas barracas infláveis, que custaram dinheiro, e que não estão sendo usadas porque o Barjas cortou as horas extras dos funcionários. A consideração é que nada impede que o Canil faça as castrações de segunda a sexta-feira, pois nem sempre o Canil consegue atingir o público, já a barraca alcança a população mais carente, que não tem carro.

Além disso, a SPPA está lutando pelo ônibus veterinário. E veio o Castramóvel. Caiu no colo do prefeito: R$ 120 mil e mais R$ 110 mil de verba suplementar. "Não sei porque está parado, não sei o que está acontecendo. Já enviei carta ao prefeito sugerindo três formas de uso do Castramóvel", disse.

Chitolina também recomendou que a barraca seja emprestada pelas ONGs, que poderiam fazer o trabalho nos bairros com cobrança de valor simbólico. “Nunca fui de pegar pesado, mas a culpa maior é do Barjas”, disse.

Segundo Chitolina, os veterinários estão sendo utilizados para verificar as denúncias de animais abandonados e atropelamentos. Esta é atribuição da polícia e não dos profissionais da prefeitura. “Isto é enxugar gelo”, opinou, ao citar as entidades que hoje atuam na cidade e que estão todas descontentes com esta situação. 

Chitolina defendeu a implantação de uma clínica popular na cidade, assunto que será discutido em 29 de setembro, às 16h, na SPPA.

Em aparte, o vereador Laércio Trevisan Jr. (PR) disse que é fata de política pública e que a culpa é do prefeito. Citou resposta a requerimento de sua autoria, em que a prefeitura atesta queda para metade das castrações. Em outro momento, Trevisan comentou sobre emenda votada pela Câmara para aumentar a castração de animais. “A Casa Amarela mandou votar contra. Foram 13 votos contrários e 7 em favor. Infelizmente é pratica usual restringir tudo o que é relacionado à saúde animal”, disse o parlamentar.

O vice-presidente da Câmara, Ronaldo Moschini (PPS) disse que está sensibilizado com a causa. Ele sugeriu um requerimento ao Executivo, assinado por todos os vereadores. No entanto, Trevisan disse que um requerimento de sua autoria já trouxe 12 perguntas e que já houve respostas do Executivo.

José Aparecido Longatto (PSDB) disse que vai procurar o secretário de Saúde e a diretora do Canil Municipal. “Sobre as emendas que os vereadores votaram contra, houve parecer contrário quanto ao mérito, porque vereador não tem atribuição para aumentar despesas”, explicou ele, ao que Trevisan disse discordar do posicionamento.

A vereadora Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (PPS) disse ser importante que conste no documento todas as perguntas feitas quanto ao Castramóvel e para que se descubra a causa das interrupções das castrações.