14 DE FEVEREIRO DE 2023
Dentre as características do grupo estão as batidas do ritmo nordestino e o sotaque afro-caipira
Silvia Morales fez uso da palavra nesta segunda-feira
"A cidade é rica em cultura, seja na dança, no teatro ou artes gráficas", disse a vereadora Silvia Morales (PV), do mandato coletivo A Cidade é Sua, ao ocupar a tribuna durante a 4ª reunião ordinária, referindo-se à moção 21/2023, de aplausos ao Grupo de Maracatu Baque Caipira, pelos 10 anos de atuação na área de cultura popular. A homenagem foi aprovada na noite desta segunda-feira (13).
Na justificativa, a parlamentar cita que o Baque Caipira é um grupo percussivo piracicabano que tem como referência o Maracatu de Baque Virado, foi fundado em 2013 e se constituiu como um espaço artístico, educacional e cultural de valorização e difusão da cultura brasileira. O grupo é um coletivo independente formado por 35 pessoas, que tem desenvolvido linguagem própria em relação às composições rítmicas ao integrar as batidas do ritmo nordestino a um sotaque afro-caipira, característico das manifestações populares do interior paulista.
Entre 2014 e 2016, o grupo, dentro do projeto voluntário "Baque Caipira na Escola", circulou por diversas escolas públicas estaduais e municipais da cidade, realizando vivências e apresentações. Também tem se apresentado em importantes eventos da região, como Festival Curau, AfroPira, Fórum das Tradições, Festa das Nações, Cordão do Mestre Ambrósio, Encontros de Maracatu e cortejos de carnaval.
Nos últimos anos, o grupo realizou projetos com leis de incentivo cultural, promovendo oficinas de formação da percussão, da dança e da história do maracatu em diferentes comunidades do município. Dentre eles, destacam-se: "Baque Caipira multiplicando saberes" (ProAC, 2018), "Maracatu e os caminhos afro-caipiras" (LAB, 2020), "Territórios férteis: o baque das culturas periféricas" (ProAC, 2021) e "Maracatu Baque Caipira se esparrama pelos chãos" (ProAC, 2022).
O Baque Caipira realiza ensaios abertos e gratuitos na Área de Lazer do Parque da Rua do Porto e em outros espaços públicos, possibilitando o acesso e a difusão dos ritmos e símbolos da cultura brasileira para a população piracicabana. Em 2019, os ensaios abertos do grupo na Área de Lazer do Parque da Rua do Porto foram citados no projeto Rota Negra, promovido pelo Sesc Piracicaba, como um dos principais redutos de manifestação da resistência afro-brasileira na cidade.
A moção de aplausos será entregue ao fundador e regente Maicon Araki e à coordenadora e pesquisadora Natália Puke. Vereadores enalteceram a iniciativa de Silvia Morales. "Nós precisamos enaltecer e valorizar as artes, a cultura e todos os artistas da nossa cidade", ressaltou a vereadora Rai de Almeida (PT). "Piracicaba é acolhedora não só de pessoas, como de culturas", disse o vereador Pedro Kawai (PSDB), ao pedir o uso da palavra.