12 DE ABRIL DE 2022
Vereadores manifestaram apoio ao movimento deflagrado pelo funcionalismo por reajuste salarial
Dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Piracicaba usou a Tribuna Popular para falar sobre a greve
Na 10ª reunião ordinária, primeira realizada em formato presencial este ano, o tema da greve do funcionalismo público de Piracicaba em busca de reajuste salarial foi destaque na Tribuna Popular, que também foi retomada nesta segunda-feira (11). O espaço foi utilizado pelo orador José Osmir Bertazzoni, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Piracicaba.
O sindicalista lembrou que a maioria dos vereadores já manifestou apoio ao movimento do funcionalismo. Ele também criticou a recente decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que determinou o retorno de 100% dos funcionários que atuam em serviços essenciais, saúde, educação e segurança, além de 70% dos servidores que trabalham em atividades não essenciais, medida que culminou com o fim da paralisação.
Ele lembrou que, durante o movimento paredista, os serviços essenciais foram mantidos e que não havia motivos para que a Justiça entendesse a greve como abusiva. O sindicalista ainda argumentou que são três anos sem qualquer correção inflacionária dos salários do funcionalismo e que, apesar disso, o Poder Executivo insiste em pagar a reposição de forma parcelada até 2024. Ele lembrou que vários vereadores tentaram intermediar uma negociação com o prefeito Luciano Almeida (União) para que se chegasse a um consenso, mas não houve avanços.
Apoio - Vários vereadores usaram a palavra para ratificar o discurso do dirigente do sindicato. O vereador Cássio Luiz, o “Fala Pira” (PL), criticou a citação do prefeito, em entrevista à imprensa, ao dizer que os professores não trabalharam durante a pandemia. “A fala do sr. prefeito foi deselegante, ele foi despreparado, insano e realmente mostra que não sabe a que veio”, colocou. “Como se os professores gostassem de estar em casa trabalhando de seus próprios telefones, gastando sua internet. Foram cinco vereadores, dois deputados e ele não ouviu os representantes legais da população, quatro vezes que estivemos com ele. Imagine se ele vai ouvir esses servidores. O prefeito não respeita o Legislativo e nem os servidores”.
A vereadora Rai de Almeida (PT) disse que o prefeito atribui o movimento à questão política. “Ano político são todos os anos, todos os dias, todos os meses. A greve dos servidores foi por reposição salarial e não ganho real. Essa perda já se deu e ele não observou isso. Infelizmente, ele tem um posicionamento autoritário e o não atendimento é revanche, o que nós lamentamos”, afirmou.
A vereadora Sílvia Morales (PV), do mandato coletivo “A cidade é sua”, lembrou que esteve presente nas assembleias. “O movimento estava lindo de ver, vocês são vitoriosos. Estivemos também nas comissões de negociações e é lamentável essa postura (do Poder Executivo)”, disse.
“A cidade começa a perder o brilho com essa conduta de autoridade que está acima do bem e do mal”, afirmou o vereador Zezinho Pereira (União Brasil). “Precisamos fazer um combate a isso com toda força, toda garra e toda experiência que nós temos”.
Para o vereador Pedro Kawai (PSDB), o servidor sai fortalecido do movimento. “Para quem duvidava da união e da coragem do servidor público, aí está a prova. Eles tiveram coragem de enfrentar o sistema. O prefeito não sabe o que é sentir o choro dos servidores aqui no nosso ombro no dia em que saiu a liminar (determinando o fim da greve)”, lembrou. Para o vereador Thiago Ribeiro (PSC), houve uma união entre os vereadores em torno da causa, independentemente de legenda partidária. “Estamos aqui para fazer política pública, naquilo que impacta a qualidade de vida do cidadão”, colocou.
Os vereadores também manifestaram apoio ao projeto de lei 80/2022, de autoria do vereador Ary Pedroso Jr (Solidariedade), que garante aos servidores o direito de compensação dos dias em greve. A matéria recebeu 11 assinaturas, dos vereadores Paulo Camolesi (PDT), Pedro Kawai (PSDB), Paulo Campos (Podemos), Paulo Henrique (Republicanos), Sílvia Morales (PV), do mandato coletivo "A cidade é sua", Acácio Godoy (PP), André Bandeira (PSDB), Rai de Almeida (PT), Thiago Ribeiro (PSC), Zezinho Pereira (União) e Ana Pavão (PL).
O discurso da Tribuna Popular pode ser conferido no vídeo, nesta página.