11 DE JUNHO DE 2021
Igor Serra, do Grupo Dedini, e Monica Salles, da Oji Papéis Especiais, ministraram palestra, quarta-feira (9), na Escola do Legislativo
A relação das empresas com a comunidade onde atua e o nível de consciência ambiental das pessoas são as apostas de gestores como Igor Serra, do Grupo Dedini, e Monica Salles, da Oji Papéis Especiais, para o desenvolvimento de projetos de defesa ecológica. Eles participaram, quarta-feira (9), de palestra dentro do Simapira 2021 e promovida pela Escola do Legislativo “Antonio Carlos Danelon – Totó Danelon”.
“Dentro do nosso foco de atuação com a comunidade está a importância da consciência ambiental crítica, social e politizada”, avalia Igor. Ele destaca que essas características são elementares na formação crítica do cidadão em se questionar dos motivos pelos problemas ocorrerem, “se falta mata ciliar, é porque algo por trás vem sendo construindo para que isso aconteça”, destaca o tecnólogo em gestão ambiental.
Ao tratar das questões sociais envolvidas nestes temas, Serra destaca o olhar deve ser do ser humano como parte do meio ambiente e, ao se colocar neste ponto de vista, “nós entendemos que devemos nos importar com todos ao redor”, aponta. Por fim, o aspecto politizado da proposta do gestor ambiental se refere ao conhecimento sobre os espaços de decisão de uma comunidade, como conselhos e câmaras técnicas, mas também em relação à postura diante das decisões mais macros.
“A pessoa precisa se conscientizar, na hora de votar, saber em qual candidato tem a visão ambiental e por isso a importância deste envolvimento”, defende.
Com 20 anos de carreira em responsabilidade social, Monica salientou o as preocupações da Oji Papéis Especiais na atuação diante de sua comunidade. Embora a empresa tenha apenas 10 anos de existência, o bairro Monte Alegre, onde está situada, é tradicional por abrigar uma fábrica há mais de 68 anos. “Isso cria uma relação muito próxima da pessoa com o local”, avalia.
Ela relata que a maior parte dos moradores do bairro são descendentes de familiares que trabalharam na antiga Usina Monte Alegre. Essa característica do espaço onde a empresa está localizada, leva ao desenvolvimento de um trabalho bastante próximo com a comunidade, em uma relação constante com demandas daquele núcleo social.
“São vários projetos que a gente apoia, em especial por meio de leis de incentivo, e a gente valoriza o Centro Comunitário Monte Alegre, que é o ponto onde a comunidade se reúne para se relacionar e ali exercer uma série de direitos”, avalia.
Monica cita o princípio da participação comunitária, que é previsto no conceito de Direito Ambiental, como parte constitutiva da política de relacionamento da empresa com a comunidade. “Isso faz alusão à casa e à proteção da casa comum”, diz.
A partir desta premissa, os trabalhos ambientais, que são também sociais, fortalecem o senso de pertencimento, “eles sabem quem são, de onde vêm, onde moram, faz com que os moradores tenham histórias para contar”, avalia, e reforça o senso de conservação, “é um bairro preservado, com muitos pontos turísticos e eles prezam por isso, tendo muito cuidado com o entorno”, aponta.
O papel da empresa é manter o contato próximo, principalmente com a Associação dos Moradores do bairro Monte Alegre, responsável pelo centro comunitário, para atender as demandas da população. “No final das contas, estamos falando do protagonismo cidadão, de pessoas que sabem quais são seus direitos”, destaca Monica.
Ela cita o ambientalista Ailton Krenak para demonstrar o quanto o senso de pertencimento, aliado preservação do lugar e da memória, é definitivo na qualidade de vida. “Li recentemente o livro dele em que aponta que ‘se as pessoas não tiverem vínculos profundos com sua memória ancestral, com as referências que dão sustentação a uma identidade, vão ficar loucas’, é isso o que buscamos”, conclui.