O requerimento 348/2021, que solicita informações sobre o kit alimentação às famílias que possuem filhos matriculados em escola da rede municipal de ensino, foi aprovado, em regime de urgência, na reunião extraordinária desta quinta-feira (25). De autoria do vereador Pedro Kawai (PSDB), o documento questiona como qual medida será adotada para amparar os 30 mil alunos da rede que não vão receber o kit de alimentação.

O vereador relata, no texto do requerimento, que foi informado que o kit de alimentação suplementar emergencial será fornecido apenas para as famílias cadastradas no Programa Bolsa Família. Dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação indicam que aproximadamente 6 mil famílias serão atendidas com o kit de alimentação.

O requerimento também cita declaração à imprensa do Secretário Municipal de Educação, João Marcos Thomaziello, afirmando que as famílias que estiverem em vulnerabilidade social e não estão cadastradas no Bolsa Família, podem procurar a direção da escola e solicitar o kit, cabendo à direção e ao Conselho Escolar aprovar a sua disponibilização.

Com base na informação que a rede municipal de ensino possui cerca de 36 mil famílias que têm filhos matriculados e apenas 6 mil delas, que são beneficiárias do bolsa família, irão receber os kits de alimentação, Pedro Kawai questiona o que justifica a não entrega do kit alimentação para os 30 mil alunos restantes.

O vereador também questiona se é verídica a informação de que tange à direção e ao Conselho Escolar decidir/aprovar a disponibilização do kit para as famílias que se encontram em vulnerabilidade social, mas não estão cadastradas no Bolsa Família. E pede para que o Executivo responda se o assistente social, que é o profissional competente para analisar a situação de vulnerabilidade social, irá participar da decisão.

A estratégia do município para recepcionar as famílias, não cadastradas no Bolsa Família, que irão procurar as unidades escolares para tentar receber o kit de alimentação, sem causar aglomeração, também é questionada no requerimento.

Na discussão dos votos, durante a reunião extraordinária, o vereador Pedro Kawai afirmou que protocolou o requerimento porque o ofício sobre o assunto, encaminhado no dia 15 de março, até agora não teve resposta. “Não é justo que os profissionais de educação estejam expostos, não é justo as 30 mil crianças não tenham direito ao kit”, disse.

A vereadora Rai de Almeida (PT) declarou que o kit de alimentação deve ser distribuído para as 36 mil famílias e mesmo as 6 mil famílias beneficiadas estão tendo problemas para recebê-los. Ela relatou casos de agressões a professores e diretoras por parte das mães que se dirigem a escola e não encontram o kit. “Devemos conversar com o secretário de educação, ele tem que organizar e planejar toda a distribuição e orientar a população de forma clara”, afirmou.

Cássio Luiz Barbosa, o Cássio Fala Pira (PL), relatou que esteve no Bosque dos Lenheiros e constatou que muitas das mães estão tendo dificuldades em ter acesso às informações sobre o kit de alimentação e acham que as professoras e diretoras são culpadas. Segundo o vereador, a dificuldades em obter informações ocorre porque muitas mães não tem telefone e nem acesso à internet. “Esses professores estão sofrendo, estão na linha de frente, é um kit muito bom, mas está havendo estes problemas de falta de planejamento”, disse.

Para Paulo Campos (Podemos), a criança que está matriculada na escola e ela tem direito de receber o kit de alimentação. “No ápice desta pandemia que está tomando proporções inimagináveis, sobretudo a população que está desempregada, que seja feita uma retificação no sentido de atender todas as crianças que são matriculadas em nossas escolas públicas municipais”, disse. Paulo Campos lembrou que na gestão do ex-prefeito Barjas Negri (PSDB) foram entregues kits de alimentação para as 36 mil crianças matriculadas.

O vereador André Bandeira informou que na gestão passada foi distribuído um kit para cada aluno. “Se a família tinha duas ou três crianças, eles recebiam, dois ou três kits. Tem muita gente passando necessidade neste momento, é fundamental que chegue o alimento para estas pessoas”, afirmou.

Anilton Rissato (Patriota) questionou o que tem sido feito com a verba destinada à merenda escolar, já que não está tendo aula há praticamente um ano. Para ele, a verba deve ser deve ser transformada em kits para serem distribuídos às crianças.

“Nós que somos ligados ao serviço social, temos uma visão mais dentro destas casas, são muitas pessoas passando necessidade, estamos tratando com crianças e também com pais de família que estão desesperados, que precisam de alimentos em casa, em uma hora que a economia do país está cada vez mais difícil”, declarou o vereador Rerlison Rezende, o Relinho (PSDB). Ele afirmou que o requerimento precisa ser respondido com urgência.