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24 DE JUNHO DE 2008

Deficiente teme perder emprego após negativa do INSS


Inacreditável. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não concedeu ao trabalhador Francisco Kess, 29 anos, afastamento por motivo de saúde. Até ai nada de ext (...)



EM PIRACICABA (SP)  

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Inacreditável. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não concedeu ao trabalhador Francisco Kess, 29 anos, afastamento por motivo de saúde. Até ai nada de extraordinário, caso Kess não fosse portador de má-formação congênita (ele não tem as duas pernas e parte do braço esquerdo) e o ombro do braço direito apresentasse constantemente fortes dores. Ele teme perder o emprego devido à negativa. Kess trabalha desde os 11 anos.

Vá trabalhar!

Francisco trabalha há três anos na transportadora Lubiani, como assistente de expedição. Lá ele opera um micro computador e emite e controla notas fiscais. No início do ano, ele começou a sentir fortes dores no ombro direito. Após procurar tratamento médico, acabou afastado por três meses pelo INSS. As dores não cessaram e quando venceu a licença, o médico do INSS mandou Francisco retornar ao trabalho. "Não tenho como trabalhar, as dores não permitem que eu opere o computador", afirmou ele durante a visita do vereador. Apesar de ter recorrido da negativa, o recurso de Francisco não foi aceito pelo INSS.

Após a negativa, a empresa encaminhou Francisco para uma consulta no Hospital das Clínicas, na cidade de São Paulo. Lá ele ficou sabendo que terá que passar por uma cirurgia e que pode ocorrer um rompimento do tendão do ombro, caso ele continue a fazer esforços com o braço. "Eu não posso perder os movimentos do meu braço. Caso isso aconteça, terei que depender de todo mundo", afirma o trabalhador que aprendeu a vencer as barreiras de sua deficência e vive com grande autonomia.

"Eu não consigo trabalhar devido às fortes dores e preciso do emprego. Sem o afastamento, posso perder o meu trabalho. Ainda bem que tenho contado com a compreensão dos dirigentes da minha empresa. Quando vou ao INSS me sinto humilhado. Parece que estou mendigando",  revelou ele ao vereador Longatto. 

Sem piedade

O vereador José Aparecido Longatto (PSDB) esteve na tarde de hoje (24), na casa de Kess e informou que irá acompanhar o caso e colocou o seu gabinete à disposição do trabalhador, inclusive sua assessoria jurídica. "Eles não têm piedade", resumiu Longatto diante da ação do INSS.

"Tenho certeza que toda a Câmara de Vereadores irá apoiar o Francisco. Nenhum vereador irá se furtar em apoiar as ações que o caso exige", afirmou Longatto após o encontro com o trabalhador.

Nem coração

O pai de Kess, Aristides, está inconformado. "Eles não têm compreensão, nem coração. Ele necessita do dinheiro que ganha e, apesar das dores, o INSS acha que ele tem que trabalhar", afirmou durante a visita do vereador o pai de Francisco.

Texto: Vitor Ribeiro MTB 21.208

Fotos: Fabrice Desmonts MTB 22.946



Saúde José Longatto

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