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02 DE FEVEREIRO DE 2018

Daniel Kuntz relata atividades do movimento "Não Foi Acidente"


O movimento surgiu em São Paulo, em 2011, em decorrência de um motorista alcoolizado que provocou a morte de duas mulheres.



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução

Daniel Kuntz relata atividades do Movimento não foi acidente






Daniel Kuntz, com o respaldo da vereadora Coronel Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (PPS), ocupou a Tribuna Popular da Câmara de Vereadores de Piracicaba na primeira reunião ordinária de 2018, na noite desta quinta-feira (1º).  Ele fez um relato sobre o surgimento do movimento "Não Foi Acidente". Em 2011, duas mulheres morreram em um acidente de carro transcorrido nas marginais do rio Pinheiros, em São Paulo, nas proximidades do Shopping Villa-Lobos, provocado por um motorista embriagado, que conduzia o veículo a mais de 130 quilômetros por hora, num trecho em que a velocidade recomendava 70 km/h.

Kuntz também citou um caso ocorrido em Piracicaba, onde uma senhora perdeu o filho e a nora. No veículo estava Renner, integrante de uma dupla sertaneja. "Ele estava embriagado e muito acima do limite da pista, saindo na contramão para atingir a moto em que estava o casal de jovens", disse.

A partir disso, foi decidido montar esse movimento em São Paulo e também foi acolhido o  movimento em Piracicaba. "É inadmissível que se percam familiares ou a sua própria vida por imprudência. Entrei neste movimento por causa de meu filho. A gente vê que muitas mortes acontecem com crianças", destacou Kuntz, que ainda lembrou que os acidentes são as maiores causas de mortes de jovens até os 14 anos.

O orador enfatizou o quanto foi proveitoso abraçar o movimento e atuar no despertar dos jovens sobre os problemas de acidentes de trânsito. Citou a realização de caminhadas, apoio de entidades, do gabinete do vereador André Bandeira (PSDB), Sindicato dos Motoristas dos Transportes, Faculdade Anhanguera e Unimep, em trabalho árduo, que no período resultou no salvamento de muitas vidas.

O orador apresentou dados sobre o trânsito brasileiro, no qual a cada 10 minutos acontece uma morte e, por minuto, uma pessoa é sequelada em função de um acidente, sendo que 40% das mortes são causadas por embriaguez no volante.

Daniel informou que em 2013 o movimento levou o projeto de lei 5.568/2013 para Brasília (DF), sendo que a lei reverte os dois a quatro anos de punição em serviços comunitários, e o motorista podia ainda recusar o bafômetro.

Após tanto esforço, em dezembro de 2017, o projeto foi aprovado, o que representou um ganho para a luta do movimento, embora não haja a recomendação de taxa zero de álcool. A pena foi elevada de dois para cinco anos de reclusão, o que significa que depois de cumprido este prazo a pessoa não mais terá direito de reverter a punição por serviços comunitários. Pela lei atual o motorista também não pode recusar o bafômetro.

A nova lei entra em vigor a partir de 19 de abril de 2018. "No nosso entendimento é inadmissível misturar álcool e direção", disse Kuntz, que apontou inúmeras opções para quem quer sair à noite e não quer pegar o volante, a exemplo de recorrer ao Uber, táxi, ao amigo da rodada, além de outras alternativas.

Em aparte, o vereador Osvaldo Airton Shiavolin, o Tozão (PSDB) defendeu a revisão da lei atual, pois ela não fala sobre as pessoas que ficam com sequelas, pelo resto da vida, em função dos acidentes que envolvem motoristas embriagados.

Também em aparte, a vereadora Coronel Adriana destacou que a lei é de caráter de lesão culposa, sendo que no item com relação às sequelas, o texto não foi alterado, lembrando que a luta é por ressarcimento de todos os danos provocados pelos culposos, não só à vítima, bem como a todo o erário público, no tocante ao que se gasta com estas pessoas irresponsáveis.

Daniel também mostrou que os celulares estão voltados a estes vínculos. E pediu aos vereadores para aderirem a esta causa, pois valoriza e resguarda nosso bem maior, que é a nossa vida. "É preciso mudar nossa atitude no trânsito. Nosso lema é de que não precisamos perder um amigo para mudar nossa atitude no trânsito. A gente tem que fazer isso preventivamente", concluiu Daniel.

O primeiro secretário da Mesa Diretora, Pedro Kawai (PSDB), fez ponderações ao relatar experiência pessoal que observou no período em que esteve no Japão, onde a pessoa que provoca um acidente tem que se responsabilizar com os fatos e bancar os estragos provocados às vítimas, custeando seus estudos e outras necessidades familiares até os filhos completarem 21 anos de idade.



Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939
Imagens de TV:  Emerson Pigosso - MTB 36.356 Márcio Braga - MTB 62.377


Tribuna Popular

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