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12 DE MAIO DE 2021

Coletivos de mães abordam inclusão de alérgicos alimentares em escolas


Evento foi promovido pela Escola do Legislativo nesta quarta-feira.



EM PIRACICABA (SP)  

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Evento foi promovido pela Escola do Legislativo nesta quarta-feira





Foi quando seu filho Bento tinha ainda 8 meses de vida que Erika Pereira recebeu a informação do diagnóstico da criança para alergia alimentar múltipla. Começaria ali uma das maiores dificuldades da mãe: a inclusão do garoto em uma rede de educação infantil básica. "Foram mais de oito escolas que nos disseram 'não'. Nós íamos até as unidades, conversávamos com a diretoria e com a equipe pedagógica e todas nos informavam de que não tinham como lidar com uma criança alérgica múltipla", explicou.

Após inúmeras pesquisas, Erika conseguiu matricular o filho em uma escola municipal de Belo Horizonte (MG) onde um trabalho de apoio foi desenvolvido para atender às necessidades da criança. "Optamos por essa escola porque recebemos segurança: já no segundo mês do Bento nela, pedimos, juntamente com a alergista e nutricionista, o cardápio da escola."

Érika integra o grupo Mundo Valente, de Contagem (MG). Mãe de um garoto alérgico alimentar múltiplo, por meio de sua rede social, ela e seu marido compartilham experiências, com o objetivo de levar informação ao público em geral sobre alergias alimentares.

A ativista participou como palestrante da roda de conversa "Impactos das ações locais para inclusão de alérgicos alimentares na escola", promovida pela Escola do Legislativo "Antônio Carlos Danelon – Totó Danelon", da Câmara Municipal de Piracicaba, nesta quarta-feira (12).

O encontro fez parte da programação da 4ª Semana da Conscientização da Alergia Alimentar de Piracicaba e teve a participação da diretora da Escola do Legislativo, a vereadora Silvia Morales (PV), do mandato coletivo A Cidade É Sua. Para falar sobre o tema, a roda de conversa reuniu grupos e coletivos que lutam pela causa.

Heloize Milano, do coletivo Acolhimento Alimentar de Piracicaba, formado por mães de alunos de uma mesma escola, todos com necessidades alimentares especiais, contou que as integrantes decidiram se unir para que fosse possível trocar informações, visando auxiliar também outras famílias. De acordo com ela, o trabalho desenvolvido busca o alinhamento da questão da alimentação escolar nas escolas municipais, estaduais e particulares da cidade.

"Temos tido muita interlocução com pessoas de outros lugares, especialmente no Instagram, pois, embora nossos trabalhos estejam voltados a ações locais, nossas dificuldades geralmente são as mesmas", ressaltou Heloize, sobre o diálogo com outras mães.

Outra iniciativa pioneira compartilhada no evento da Escola do Legislativo veio de Taubaté (SP). Formado por três mães de alérgicos alimentares, o grupo Pequenos Alérgicos do Vale foi representado na roda de conversa por duas integrantes, Helem de Oliveira e Aline Alves. 

Em sua frente de trabalho, a equipe desenvolve ações locais para apoio, acolhimento e troca de experiências, além de partilhar conhecimentos sobre todas as questões que envolvem o dia a dia da família após o diagnóstico de alergia alimentar. "Sabemos que, quando se recebe o diagnóstico de alergia alimentar, muitas vezes as pessoas ficam perdidas, então o grupo nasceu exatamente dessa necessidade", informou Helem.

Aline Alves, outra integrante do Pequenos Alérgicos do Vale, é formada em nutrição e já trabalhava com alergia alimentar antes de ser mãe de crianças alérgicas. "Antigamente as escolas da nossa cidade não estavam preparadas para receber crianças alérgicas e foi por um trabalho de 'formiguinhas' que fizemos que hoje temos uma rede de ensino bem preparada para receber esses alunos", pontuou.

Em âmbito nacional, o grupo Alergia Alimentar Brasil conquistou um grande feito: formado por Fernanda Mainier Hack, Cecília Cury e Ana Maria Alvarez, três mães de crianças com necessidades alimentares, a equipe luta desde 2014 por políticas públicas para melhoria da qualidade de vida e segurança de pessoas com alergia alimentar.

De acordo com Fernanda, um projeto de lei de âmbito nacional já se encontra na última etapa para entrar em vigor. "Ele já foi aprovado no Senado e também na Câmara, então só falta uma única comissão para ser aprovado definitivamente."

Além disso, o Alergia Alimentar Brasil vem promovendo ações internacionalmente, junto com associações de alérgicos de outros países, buscando promover troca de informações e participando de pesquisas.

A palestra foi acompanhada por alunos inscritos, por meio da plataforma on-line Zoom, além da transmissão simultânea pelo YouTube. A íntegra pode ser revista no canal oficial da Escola do Legislativo, clicando neste link.



Texto:  Pedro Paulo Martins
Revisão:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Escola do Legislativo Silvia Maria Morales

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