27 DE JUNHO DE 2023
Natália Maria Benoti também lembrou da ex-vereadora Madalena
Munícipe defendeu funcionamento da Delegacia de Defesa da Mulher por 24 horas
Durante a 37ª Reunião Ordinária, nesta segunda-feira (26), a munícipe Natália Maria Benoti ocupou a Tribuna Popular da Câmara para abordar o tema Violência contra a mulher. Ela fez referência a todas as mulheres que ocupam uma cadeira no Legislativo, no atual mandato, e lembrou ainda da ex-vereadora Madalena, assassinada em 7 de abril de 2021.
"Essa Casa representa muito a nossa sociedade patriarcal, são poucas mulheres e não temos mais trans, como tivemos a Madalena”, declarou Natália.
Ela reclamou da falta de viaturas na Delegacia de Defesa da Mulher, que também precisa funcionar por 24 horas para atender todas as demandas. “Estou falando com experiência da minha vivência e o quanto foi horrível. Eu tinha uma rede de apoio, um lugar para voltar, mas não tinha a rede de apoio do Estado”, declarou, ao lembrar ainda da falta de humanização na abordagem às mulheres e suas famílias.
Natália disse que dobrou o número de casos de feminicídio em Piracicaba, até o meio do ano, se comparado aos dois anos inteiros de 2021 e 2022. Somente no primeiro semestre de 2023 foi registrado um caso por mês.
Além disso, lembrou de uma situação de violência recente, envolvendo uma servidora comissionada dentro de um gabinete. Disse que o agressor já está em liberdade, por ser réu primário. “Não estou falando de salário igual, estou falando de sobrevivência. É o básico. Isso é muito grave. Até quando a gente vai pedir o básico?”.
O presidente da Câmara, Wagner Oliveira (Cidadania), o Wagnão, disse que todas as providências necessárias foram tomadas quanto ao caso. "O que não é de praxe da Câmara é fazer manifestações, por exemplo, na rua. Mas o que coube a nós foi feito, que é registrar boletim de ocorrência”, declarou.
A vereadora Rai de Almeida (PT) declarou que soube do episódio depois do ocorrido. “Temos aqui a Procuradoria Especial da Mulher e temos feito várias ações, mas não temos uma estrutura que dê esse atendimento, seja do ponto de vista psicológico e social.”