03 DE DEZEMBRO DE 2020
Vice-presidente Pedro Kawai parlamentar representou a Câmara. Participaram de evento no Sindicato dos Bancários, Nancy Thame e André Bandeira
Pedro Kawai enaltece Dia Internacional da Pessoa com Deficiência
Referendar o papel da Câmara de Vereadores de Piracicaba em projetos de inclusão e participação popular, a Exemplo do Câmara Inclusiva e do Parlamento Aberto. Com enfoque nestes políticas sociais, o vice-presidente da Mesa Diretora, Pedro Kawai (PSDB), na manhã desta quinta-feira (3), às 9 horas, participou de evento do SindBan (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região), por ocasião do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.
Os vereadores Nancy Thame (PV) e André Bandeira (PSDB) também estiveram presentes.
Pedro Kawai destacou a atuação do presidente dos Bancários, José Antônio Fernandes Paiva, bem como o trabalho da Secretaria da Pessoa com Deficiência, Acessibilidade e Inclusão, do SindBan, sob a direção de Letícia Françoso e César Nascimento, na apresentação de levantamento estatístico mostrando a realidade do sistema bancário hoje, na falta de acessibilidade para as pessoas.
Kawai também referendou o papel dos vereadores, especialmente de André Bandeira, na condição de cadeirante, para mostrar o quanto a Câmara evoluiu no tocante a ter um olhar para a acessibilidade. "Com muito orgulho, faço parte de uma mesa diretiva que trouxe para Piracicaba trabalhos importantíssimos, como o Câmara Inclusiva, um programa que construiu a curto, médio e longo prazo, num olhar para a inclusão, em atuação junto com a sociedade, onde a primeira ação foi no salão nobre e também no protocolo, com o olhar da pessoa que tem deficiência, praticando a verdadeira política de inclusão", disse.
Kawai também destacou a importância de entidades representativas e o poder público, presente no evento por intermédio da titular da Semads (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social), Fabiane Fischer Oliveira.
O vereador André Bandeira também teve sua fala no evento e, registrou que chegamos num momento que temos que extrapolar a esfera política e somar forças com a sociedade por objetivos comuns. Citou o trabalho apresentado pela Secretaria de Inclusão do SindBan, em pesquisa que ficou evidenciado o nome de Piracicaba em todo Brasil, dado ao levantamento estatístico do universo dos bancários.
O apelo é que estes esforços atingem outras esferas de poder, especialmente a classe patronal. "Nós não queremos privilégios. Não somos super homens ou super mulheres e sim somos pessoas comuns, como qualquer um. Também não somos coitadinhos. Precisamos ter as mesmas oportunidades, de preparação e capacitação perante o mercado de trabalho, sendo que realmente as empresas precisam se adaptar para receber estas pessoas. A nossa sociedade precisa ser acessível. Cada um que tem sua deficiência, só ele sabe onde aperta o calo", disse André, que também falou na condição de cadeirante, da dificuldade maior, que não é só o fato de não andar, mas sim da perda de sensibilidade do corpo.
A secretária da Semads, Fabiane Fischer Gomes Oliveira falou do atendimento no dia-a-dia às pessoas com deficiências, além de destacar a importância do despertar de consciência sobre o universo do deficiente, onde seria interessante que cada cidadão pudesse vivenciar, ter uma experiência do que é passar o dia todo numa cadeira de rodas, ou sem poder ouvir alguma coisa, por um dia inteiro e, em outras interações que possam fazer com que a pessoa se sensibilize com estas questões do universo que cerca o deficiente.
O representante do Comdef (Conselho Municipal de Proteção, Direitos e Desenvolvimento da Pessoa com Deficiência), Clevis Spada apresentou o conceito de capacitismo, como sinônimo de discriminação e preconceito social contra pessoas com alguma deficiência. A consideração é que em sociedades, a ausência de qualquer deficiência é visto como o normal, e pessoas com alguma deficiência são entendidas como exceções; a deficiência é vista como algo a ser superado ou corrigido, se possível por intervenção médica; um exemplo de postura capacitista é dirigir-se ao acompanhante de uma pessoa com deficiência física em vez de dirigir-se diretamente à própria pessoa. Spada também recorreu ao processo histórico da humanidade, na verificação de que na antiga Roma estas pessoas, especialmente crianças ao nascer eram lançadas em valas-comuns, fora das cidades.
Ademir Barbosa, presidente da Associação Piracicabana de Otimizados fez uma reflexão sobre o dia em que o ser humano estiver mais evoluído, no sentido de que não tenhamos que segmentar as pessoas com um dia específico e sim garantir a liberdade de vida para todos, igualmente. Ademir também mencionou legislações, que carecem de fiscalizações para de fato garantirmos sustentabilidade. E, também cobrou a responsabilidade de vereadores e da Prefeitura no funcionamento de programas, que hoje merecem melhor atenção do poder público, a exemplo do Projeto Elevar.
A profissional em libras, Shalimar Laureano garantiu a transmissão simultânea do evento. Davi Rodrigues Marques, líder da Comunidade Surda, relatou a sua condição de surdez desde criança e, falou da dificuldade que ele e mais quatro pessoas encontravam na empresa, de ficarem isolados, até o dia em que a empresa decidiu contratar um interprete de libras. Davi também disse que só foi aprender a língua de sinais aos 14 anos, processo que teria sido bem diferente se tivesse acesso a esta linguagem desde pequeno.
A fundadora do Grupo Libras Piracicaba e Região, Beatriz Aparecida dos Reis Turetta falou da luta por uma sociedade mais justa, que inclua as pessoas com deficiência, na inclusão da acessibilidade para todos.
O presidente do Sindicato dos Bancários, José Antônio Fernandes Paiva, enfatizou a importância da população participar do processo eleitoral. Além de cobrar a responsabilidade do poder público e reiterar os dados estatísticos levantados, mostrando a realidade do sistema bancário, onde hoje 76% das agências bancárias de Piracicaba não tem mapa em braile; 60% das agências não possuem caixas eletrônicos com áudio e 97% dos funcionários que auxiliam nos caixas não possuem curso de libras.