10 DE SETEMBRO DE 2021
Rai de Almeida, em discurso na tribuna, disse não ter presenciado derrame de tinta em frente ao pátio da Igreja São Benedito durante manifestação no dia 7 de setembro
Rai de Almeida em discurso na tribuna durante a 29ª reunião ordinária de 2021
A vereadora Rai de Almeida (PT), ao discursar na tribuna na 29ª reunião ordinária de 2021, realizada na noite de ontem, quinta-feira (9), afirmou estar sendo alvo de “fake news”, e disse que não presenciou o despejo de líquido vermelho em frente ao pátio da Igreja São Benedito, no último dia 7, terça-feira, durante manifestação.
A parlamentar disse que participou, sim, das atividades na cidade do “27º Grito dos Excluídos” - evento cívico realizado há vários anos em todo o país, convocado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), movimentos sociais e partidos políticos no dia 7 setembro – “em defesa daquelas e daqueles que não tem seus direitos assegurados”, disse Rai.
“A concentração se deu em frente à Catedral, e quando nós nos encontramos na frente da Catedral, as portas que estavam abertas se fecharam, já numa atitude de não-aceitação e de exclusão daquelas e daqueles que estavam ali em defesa do excluídos, das excluídas. Embora eu não tenha feito parte da organização, o ato também realizou uma caminhada que veio pelas ruas e se concentrou no largo da igreja São Benedito. Eu fui uma das últimas que sai do ato. Não vi nenhuma ação, por parte de quem quer se seja, que tenha jogado aquele líquido vermelho”, afirmou a vereadora.
Rai de Almeida disse que a organização do movimento, posteriormente, emitiu uma nota pública “dizendo que o lançamento deste líquido em frente à escadaria, foi simbólico”, alusivo “ao sangue da perda de vida de milhares e milhares de pessoas que morreram em decorrência da pandemia, dos assassinatos, das mortes da população na periferia. Quantos jovens não têm sido executados, mortos, nas periferias? O que incomodou as pessoas, algumas pessoas, não foi o ato, foi o líquido, pois é vermelho, e o vermelho, como simboliza sangue, dói na alma”, disse a parlamentar.
A vereadora, ainda, exibiu fotografias da Igreja São Benedito, um patrimônio que segundo ela não está sendo devidamente preservado: “não foi o líquido vermelho que destruiu, que tem destruído a igreja. É o abandono das autoridades públicas e da própria igreja, que não cuidam do seu patrimônio”, falou.
A parlamentar também rebateu críticas e xingamentos feitos a ela, ao que ela chamou de ataques machistas e misóginos, e também teceu críticas às recentes declarações feitas pelo Presidente da República em relação a outros poderes: “enquanto nós gritamos por liberdade, por democracia, por liberdade de expressão, direitos individuais, direitos coletivos, o Presidente da República insuflou aqueles que estavam no ato em sua defesa à desobediência civil, ao desrespeito ao Supremo Tribunal Federal e às instituições públicas. Sabe, vereadores o que vai acontecer se o presidente der o golpe que ele está dizendo? O primeiro lugar a ser fechado é esse aqui, que é o da representatividade popular, deixará de existir”, concluiu Rai de Almeida.