10 DE AGOSTO DE 2021
Rai de Almeida acredita que a mudança precisa ser discutida com a sociedade
A vereadora Rai de Almeida (PT) utilizou os seus 10 minutos de pronunciamento na tribuna durante a 21ª reunião ordinária da Câmara Municipal, realizada nesta segunda-feira (9), para questionar uma possível reforma do barracão 14 do Engenho Central para abrigar a Pinacoteca Municipal. Segundo ela, o barracão 14 não reúne as condições necessárias para ser a Pinacoteca. "O local tem várias portas e janelas e a Pinacoteca precisa ter amplas paredes. Precisamos de outros espaços", afirmou.
Ela disse também que esse projeto deveria ser discutido com a sociedade. "O Engenho Central é um patrimônio público, que tem tombamento municipal e estadual e o Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural) foi desmentido nas redes sociais em relação à reforma do barracão 14. O projeto de reforma não está aprovado, porque o CODEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) também precisa aprovar qualquer reforma no Engenho, não só no barracão 14 mas em qualquer barracão do Engenho, devido ao tombamento estadual", argumentou.
Ela registrou também que é contra a mudança da Biblioteca Municipal para o Engenho Central.
Rai falou ainda sobre o Dia Internacional do Indígena. "Há muito pouco a se comemorar, infelizmente. Tem havido um massacre da população indígena pelo Governo Federal, desde 2018. Houve um aumento em 135% nas invasões de madeireiros e garimpeiros em terras indígenas, segundo o Conselho Indigenista Missionário", afirmou.
Ela citou ainda que foi descoberto, pela Polícia Federal, trabalho escravo em um garimpo no Pará, em Ourinópolis. "Dezenas de pessoas trabalhando em situação escravista, em condições subumanas. A grande maioria era do Maranhão e voltaram aos seus lugares de origem. Essa é mais uma situação em que garimpos ilegais têm agido em terras indígenas, mas com trabalho escravo", disse.
E, por último, ela destacou que está curso no Congresso Nacional a votação da reforma política, que muda o sistema das eleições para o próximo pleito e que cria o "distritão". Se for aprovada, teremos um prejuízo do ponto de vista democrático, inclusive de renovação de lideranças no Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. Facilitará a formação dos currais eleitorais e a manutenção do poder econômico. Corre-se o risco das mulheres perderem os 30 % de participação que hoje a lei vigente prevê e a população negra vai perder também", finalizou.
O vereador Laercio Trevisan (PL), utilizando o recurso pela ordem, para falar sobre a reforma do barracão 14 do Engenho Central. Ele disse que já existe projeto aprovado pelo Codepac e envio de ofício do Ipplap (Instituto de Pesquisa e Planejamento de Piracicaba). "Vamos parar de falar que não tem projeto. Porque parece que o prefeito não fez nada legal e não tem poder discricionário. Isso é decisão do Poder Executivo", afirmou.
A fala completa da vereadora você confere no vídeo acima.