Representante do Conselho Estadual de Arquitetura e Urbanista (CAU), Sofia Rontani detalha que a proposta do Executivo, de unificar a Emdhap (Empresa de Desenvolvimento Habitacional de Piracicaba) ao Ipplap (Instituto de Pesquisa e Planejamento de Piracicaba), extingue estruturas da moradia popular. Com a mudança, o projeto de lei 200/2022 cria Semuhget (Secretaria Municipal de Habitação e Gestão Territorial). 

Ela utilizou 30 minutos da 54ª reunião ordinária, na noite desta quinta-feira (27), de iniciativa da vereadora Silvia Morales, do mandato coletivo “A Cidade É Sua”, autora do requerimento 746/2022. 

“A unificação (do Emdhap e Ipplap) coloca em cena uma preocupação: o organograma. Parece não refletir as estruturas existentes e que vão ser extintas, principalmente da Emdhap, que é complexa, é importante elaborar um organograma coerente e se faz necessário que essa nova secretaria consiga absorver todas as frentes dos dois órgãos”, disse Sofia, ao sugerir que a palavra “planejamento” deveria ser colocada no nome da nova secretaria.

Ela lembrou ainda que o CAU é instrumento voltado para contribuir voltado para a orientação do poder público quanto, assim como assessorar seus profissionais. “A implementação de um setor dedicado à assistência técnica de interesse social se faz importante para contribuir para a valorização da temática habitacional, assim como para o cumprimento da lei federal 11888/2008”, acrescentou. 

A vereadora Silvia Morales, que também é engenheira civil, destacou que a proposta apresentada pelo Executivo precisa ser mais discutida, “porque é bastante complexa” e que se faz “necessário um melhor detalhamento sobre os impactos das mudanças que estão sendo propostas”, acrescentou. 

Os vereadores também fizeram apontamentos à apresentação da arquiteta. “Eu queria parabenizar pelo seu didatismo”, apontou o vereador Paulo Campos. 

Líder do governo na Câmara, o vereador Josef Borges destacou que, com a unificação, o Ipplap continuará. “Será muito importante para a cidade”, disse. 

A vereadora Ana Pavão parabenizou as explicações da urbanista. “Oxalá tivéssemos mais pessoas como você fazendo estas discussões”, destacou. 

A vereadora Rai de Almeida lembrou que, quando a Emdhap foi criada, nos anos de 1980, “foi um ganho para a cidade”, destacou, ao defender o papel da empresa. 

O vereador André Bandeira observou a importância da Emdhap e do Ipplap e cobrou a atualização dos dados, “pararam de ser alimentados no final de 2020”. 

O vereador Gustavo Pompeo criticou que, atualmente, quando se cobra a Emdhap, “ela se porta apenas como apresentar dados, a função se perdeu”, disse. 

O vereador Pedro Kawai criticou que existem tantas coisas para solucionar na cidade e, enquanto isso, “o Executivo pensa em unificar secretarias”, disse.