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20 DE JUNHO DE 2018

Tudo o que era sonho, hoje tem amparo legal, diz presidente do Pipa


Câmara comemorou os 35 anos da Associação em solenidade de iniciativa do vereador Marcos Abdala (PRB)



EM PIRACICABA (SP)  

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Na época em que o Espaço Pipa foi criado, em 20 de junho de 1983, as pessoas com Síndrome de Down eram tratadas de maneira pejorativa como “excepcionais” e, quando uma criança nascia com uma doença genética do cromossomo 21, as famílias se enlutavam, por não receber o ‘filho perfeito’ ou tão esperado ‘filho desejado’. 

De lá pra cá, muita coisa mudou. Leis passaram a estimular a inclusão. Mais do que isso, o comportamento mudou, crianças com Síndrome de Down estudam, trabalham e formam famílias. Graças a trabalhos como a associação piracicabana, que na noite desta quarta-feira (20), comemorou 35 anos em uma reunião solene na Câmara de Vereadores de Piracicaba, numa iniciativa do vereador Marcos Abdala (PRB). 

“Atualmente, podemos pensar em tudo aquilo que era um sonho, uma utopia, porque não época não havia leis que nos garantissem (a inclusão), e hoje somos amparados por leis nacionais e internacionais”, disse Carlos Alberto Montanhini, atual presidente do Espaço Pipa. Junto com a esposa Adriana, passou pelo desafio de criar uma criança com Síndrome de Down. 

“Eu tive um tempo para me confortar, junto com a minha esposa, aprendendo e indo à luta pela causa da minha filha”, disse. 

Emocionado – e reconhecendo o trabalho das diretorias que o antecederam – Montanhini relatou os projetos do Espaço Pipa, como o programa Hora da Notícia, em que uma assistente social e uma mãe da entidade vai às maternidades da cidade – Santa Casa, Unimed e Hospital dos Fornecedores de Cana – para oferecer conforto e orientação às famílias que receberam na família uma criança portadora de Síndrome de Down. 

No ano passado, foram 12 acolhimentos. “Essa atuação tem nos fornecidos dados importantes, que nós não tínhamos, e assim temos realizado, cada vez mais, um trabalho em rede, que ganha força, a medida que abraça parceiros, desde órgãos e espaços públicos, como empresas, outras entidades e pessoas físicas”, disse Montanhini. 

Ele relatou o Projeto Adoletá, onde pedagogos do Pipa vão até as escolas para orientarem educadores, com o objetivo de que eles tenham melhor desempenho escolar. Com essa atividade, a entidade tem conseguido um maior número de alunos sendo alfabetizado, inclusive avançando ao Ensino Médio e conquistando espaço no mercado de trabalho. 

Outro projeto relatado por Montanhini foi o Juntos e Misturados, em que as crianças com Síndrome de Down realizam atividades esportivas ao lado de crianças em vulnerabilidade social. “O esporte contribui muito para a garantia do direito a uma vida com disciplina”, diz Montanhini. 

Durante a reunião solene, foram entregues homenagens a ex-presidente e fundadora Saly Elias Gerdes (póstuma), que foi recebida pela filha Tânia Maria Gerdes; Silvia Helena Machuca (ex-presidente); Fernando Ferraz Domingues (ex-presidente); Antonio Carlos Pozar (ex-presidente); Fabiane Renata Gomes Fischer de Oliveira (ex-presidente); Creusa Salvador (ex-funcionária do Departamento Administrativo), representada pela gerente administrativa da instituição, Rebeca Assumpção de Almeida; Silvia Danielly de Araújo Marchete (funcionária do Departamento Técnico); e também ao atual presidente, Carlos Alberto Montanhini.

Também foram entregues homenagens ao Espaço Pipa por representantes da Unimed e da Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana). 

“A vida é feita de desafios e obstáculos, e muitos deles residem na capacidade de sermos vitoriosos. A vida nos reserva muitas coisas boas e conhecer esse trabalho (do Espaço do Pipa) foi muito bom”, disse o vereador Marcos Abdala (PRB), autor da reunião solene. “Quando se conhece um trabalho social sério e honrado como o Espaço Pipa nos orgulha muito de estar aqui, porque são 35 anos de trabalho, trazendo muito conforto a todas as famílias”, acrescentou o parlamentar.

Representando o prefeito Barjas Negri, o secretário municipal de Administração, Erotides Gil, fez um discurso bastante emocionado. “Eu tive a chance de conviver (com pessoas com Síndrome de Down), e eu digo que os excepcionais são eles, e os senhores sabem perfeitamente o que é o amor destas crianças e a inteligência destas crianças para nós, é uma lição de vida, para que a gente perca a nossa fonte de exclusão, de vontade de excluir, para poder aprender, e o aprendizado é tudo nesta vida”, disse. 

O evento contou, ainda, com a participação do grupo musical “Contraponto”, que executou a música “Aleluia”.

(Assista no player à reportagem veiculada pelo "Jornal da Câmara".)



Texto:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337
Imagens de TV:  Márcio Braga - MTB 62.377
Reportagem de TV:  Marcelo Bandeira - MTB 33.121
Edição de TV:  Márcio Braga - MTB 62.377


Homenagem Marcos Abdala

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