“Posso fazer qualquer tipo de pergunta”? Essa é uma das marcas do jornalista piracicabano Francisco Roberto Cabrini – o Roberto Cabrini – ao iniciar a entrevista com os seus convidados.

Detentor de inúmeros troféus e comendas – entre eles o Esso e o Tim Lopes de telejornalismo, ele foi homenageado na noite desta sexta-feira (20), no salão nobre “Helly de Campos Melges”, com o título de “Piracicabanus Praeclarus" 54/2021, concedido às autoridades e personalidades nascidas no município que contribuíram para a Ciência, Educação prestando serviços relevantes à sociedade. A autoria é do vereador Laércio Trevisan Jr. (PL)

Tudo começou, conta Cabrini, quando o jovem de 16 anos – estudante do ensino médio na escola estadual Sud Menucci – foi fazer uma visita na extinta “Rádio A Voz Agrícola de Piracicaba AM”, que operava à época na frequência de 580 KHz. Começava naquele instante, uma das mais belas carreiras promissoras no jornalismo do município e do país.

O início na rádio foi quase que imediato na equipe de esportes comandada pelo então Márcio Terra, à época diretor de esportes da “Equipe Camisa Dez” – que mais tarde viria a ser vereador na Câmara Municipal de Piracicaba (SP). Devido a sua desenvoltura no microfone, um ano mais tarde já estava dentro da Rede Globo - São Paulo, após passar em um teste nos estúdios da emissora.

De lá, alçou voo internacional, tornando-se correspondente da TV Globo em Nova York e Londres, trabalhando ao lado dos jornalistas Paulo Francis e Lucas Mendes. Teve passagens por 60 países, elaborando reportagens especiais no Afeganistão e, recentemente, na Ucrânia, cobrindo a guerra.

“É o maior jornalista investigativo do Brasil”, definiu o vereador Laércio Trevisan Jr ao entregar o “Piracicabanus Praeclarus” ao filho de Piracicaba.

Carlos Roberto Massa – o Ratinho -, César Filho, Raul Gil, Percival de Souza, Celso Freitas, Luiz Bacci e Celso Portioli foram alguns apresentadores da televisão brasileira que gravaram depoimentos destacando o trabalho de Roberto Cabrini como repórter investigativo.

Piracicaba, lembra Cabrini, é a sua essência, mas “o jornalismo me levou a conhecer todo o mundo e a ganhar muitos prêmios. Mas, promover a Justiça é a minha missão”. Todos os princípios “eu aprendi nessa terra tão querida”.

RÁDIO – Na tribuna, Cabrini enfatizou por diversas vezes que a experiência no rádio fez toda a diferença na sua carreira. “O rádio ensina e norteia nossos ideais. E foi aqui em Piracicaba que surgiu esse sonho de fazer do exercício da minha profissão à promoção da igualdade, da justiça e da oportunidade”. E defendeu: “Não existe democracia sem um jornalismo atuante”.

ZÉ BOQUINHA - Na mesma solenidade, houve a entrega do título de "Cidadão Piracicabano"  ao esportista José Roberto Lux, o Zé Boquinha, atendendo ao projeto de decreto legislativo 1/2022. Natural de Santa Bárbara d'Oeste (SP), o homenageado nasceu em 27 de julho de 1944.

Roberto Cabrini e Zé Boquinha têm uma peculiaridade: ambos iniciaram a carreira com 16 anos de idade em Piracicaba. E bons frutos saíram dessa feliz coincidência: de um lado um jornalista reconhecido e, do outro, um esportista renomado.

Zé Boquinha é um dos nomes mais respeitados do basquete brasileiro, porém iniciou a carreira esportiva no futebol, nas categorias de base do União Barbarense, onde atuou até 1964. Paralelamente, deu início a uma carreira bem-sucedida no juvenil do basquete do Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba em 1960, permanecendo no alvinegro até 1968.

O apelido de Zé Boquinha "pegou" desde garoto porque sempre discutiu o que achava de errado. "Passei a ser sinônimo de bocudo. Depois quando me iniciei nos esportes me passaram a chamar de boca, e finalmente quando fui jogar basquete no XV de Piracicaba, virei o Zé Boquinha", contou o esportista.

“O início”, relembra o atleta, “foi com os jogadores Pecente e Wilson Rensi no XV de Piracicaba e aqui é a minha formação, tanto é que nos programas esportivos que eu apresento pela ESPN eu sempre falo de Piracicaba, pois agora sou cidadão piracicabano de fato e de direito”, comentou, Zé Boquinha, emocionado, na tribuna.

Do alvinegro piracicabano foi parar no Corinthians e no Flamengo, além de outras agremiações, sendo que na seleção brasileira representou Piracicaba nos Jogos Olímpicos Universitários de Tóquio, em 1967, onde conquistou a medalha de bronze. No currículo: títulos de campeão Sulamericano e Panamericano.

Ele voltou a jogar pelo XV de Novembro na temporada 1974/1975, vencendo o campeonato do interior novamente, antes de encerrar a carreira. Também atuou como técnico da Unimep entre os anos de 1983 e 1984. Atualmente, Zé Boquinha é comentarista dos canais esportivos ESPN.

A mesa diretiva dos trabalhos foi composta pelo presidente da Câmara, o vereador Gilmar Rotta (PP), além de Adolpho Queiroz (secretário municipal de Ação Cultural); deputado estadual por Piracicaba, Alex de Madureira (PL); 1º sargento do Tiro de Guerra local, Felipe da Silva Carvalho; vereador da Câmara Municipal de Rio Claro (SP), Sérgio Carnevalle (União Brasil); diretor artístico das Rádios Educadora AM (1060 KHz) e Jovem Pan FM (103,1 MHz), Jairinho Mattos, além dos vereadores Thiago Ribeiro (PSC) e Laércio Trevisan Jr., autor da propositura.