21 DE JANEIRO DE 2022
Além de solenidade comemorativa ao dia Internacional das Mulheres, em 8 de março, grupo deve promover debates sobre violência de gênero e feira de produtos artesanais
Reunião aconteceu na manhã desta sexta-feira (21) e definiu agenda de atividades para o mês dedicado às mulheres
A Rede de Atendimento e Proteção às Mulheres de Piracicaba, grupo composto por diversos órgãos públicos municipais e estaduais, conselhos, entidades da sociedade civil e órgãos de classe, e que preconiza o combate às mais diversas formas e tipos de violência contra as mulheres, reuniu-se de forma on-line, na manhã desta sexta-feira (21), para planejar ações e estratégias para março deste ano, mês em que se comemora, no dia 8, o Dia Internacional da Mulher.
As vereadoras Rai de Almeida (PT) e Sílvia Morales (PV), do “Mandato Coletivo a Cidade é Sua”, Procuradoras Especiais da Mulher da Câmara Municipal de Piracicaba, sugeriram, no início do encontro que, na reunião ordinária do Legislativo municipal do dia 7 de março, haja a suspensão por até 30 minutos do pequeno expediente. O objetivo é utilizar este espaço para discutir, em plenário, estratégias de combate à desigualdade de gênero e às diversas violências enfrentadas pelas mulheres. “Que nós possamos fazer dessa agenda da Câmara uma agenda extensiva a todas as ações que temos desenvolvido junto à Rede de Atendimento e Proteção às Mulheres de Piracicaba”, disse Rai.
As parlamentares também indicaram a realização de solenidade alusiva ao Dia Internacional das Mulheres, no próprio dia 8 de março, e também propuseram a realização, no dia 9, de um café da manhã com as mulheres da Câmara. Elas ainda propuseram a organização de uma feira livre - pensada como uma atividade integrante do Fórum de Empreendedorismo Feminino-, a ser realizada entre os dias 11 e 13 de março, em local a ser pensado, voltada à divulgação e comercialização de trabalhos artesanais e artísticos de mulheres da cidade. “Eu acho muito legal trazermos as pequenas empreendedoras, de áreas por exemplo como saboaria, artesanato, docinhos e, aí, definir um lugar bacana e fazermos essa feira só com trabalhos de mulheres”, disse Sílvia Morales.
Ela também sugeriu que a Tribuna Popular – espaço que permite a qualquer cidadão discursar em plenário, por até 10 minutos, sobre temas de sua escolha – seja utilizada, no mês de março, por mulheres que queiram discutir questões relacionadas à temática da luta e protagonismo feminino, e ainda pediu às participantes da reunião o encaminhamento de propostas de palestras, debates, rodas de conversa e atividades afins voltadas à temática feminina à Escola do Legislativo da Câmara, atualmente por ela dirigida, para que sejam apreciadas pelo conselho do órgão e incluídas no calendário de atividades.
Mais atividades - A ex-vereadora Adriana Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana, sugeriu que durante a suspensão do expediente da reunião ordinária do dia 7, representantes da Patrulha Maria da Penha, da Guarda Civil Municipal, apresentem dados sobre a violência contra as mulheres na cidade, “para termos uma visão real do número de atendimentos e termos esse retorno sobre o desenvolvimento de políticas públicas voltadas às mulheres”. Ela também sugeriu que a Rede entre em contato com a Associação Ilumina para verificar a possibilidade da presença da carreta que realiza exames preventivos de câncer na feira de artesanato prevista para os dias 11 a 13 de março, e também propôs a elaboração, por parte da Rede, de pequenos vídeos destinados a mostrar ao grande público as diversas formas de violência contra as mulheres e como combatê-las.
Elaine Zanatta, representante do Departamento Regional de Saúde de Piracicaba, sugeriu a realização de debates e ações educativas que demonstrem a importância e centralidade da mulher para a saúde da família como um todo, e informou que o órgão estadual de saúde levará aos 26 municípios que fazem parte da regional, individualmente, dados referentes à saúde das mulheres.
“Mães Solo” – Rai de Almeida lembrou que as atividades da Rede de Proteção às Mulheres não se restringem ao mês de março, mas se desenvolvem ao longo do ano, e sugeriu às demais participantes a estruturação de um debate voltado à questão das “mães solo”, ou seja, mulheres que muitas vezes não contam com apoio, seja da família ou de um companheiro, para cuidar de seus filhos.
“Eu acho que precisamos nos debruçar sobre os casos das mães solas, que muitas vezes precisam deixar seus filhos com alguém quando vão trabalhar e, aí, esse ‘alguém’ não está preparado para os cuidados adequados dessas crianças, que muitas vezes sofrem maus tratos, seja por parte de uma cuidadora, seja de um parceiro”, disse a vereadora. Na ocasião, criou-se um subgrupo para estruturar uma proposta de debate sobre o tema a ser levada ao conselho da Escola do Legislativo.
Também participaram da reunião representantes da ONG Caphiv, a ex-jogadora de basquete e atual assessora da Secretaria de Esportes, Lazer e Atividades Motoras (Selam), Maria Angélica, a “Branca”, a advogada Lia Mara de Oliveira, representantes da Diretoria Regional de Ensino de Piracicaba, do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) Vila Sônia, de conselhos e entidades da cidade, assessoras parlamentares e mulheres interessadas em debater e participar das atividades da Rede.