04 DE ABRIL DE 2019
Audiência pública partiu de iniciativa da vereadora Coronel Adriana (PPS), autora do requerimento 253/2019
Audiência pública aconteceu na noite desta quarta-feira (3)
Durante a audiência pública sobre violência nas escolas, quarta-feira (3), foram registradas nove intervenções do público que acompanhou o debate na Galeria do Plenário Francisco Antonio Coelho. Foi pedida a ampliação da ronda escolar e do Proerd (programa da PM de prevenção às drogas), assim como parceria com cursos de psicologia e discutido o papel da arte na educação.
Convocada pelo requerimento 253/2019, a audiência pública foi iniciativa da vereadora Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (PPS), motivada pela tragédia no último dia 13 de março, na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), quando dois adolescentes invadiram a unidade e mataram oito pessoas, entre alunos e educadores, e depois cometeram suicídio.
Professor da Escola Estadual João Sampaio, Lauriston Elias Floriano questionou qual a estrutura das escolas em perceber e dialogar com situações de violência entre os jovens. Ele disse que na unidade em que atua, são 350 estudantes e outros 100 da ETEC, mas possui apenas um inspetor de aluno, “o que torna o trabalho humanamente impossível”, acrescentou.
Lauriston sugeriu que a Diretoria de Ensino e a Secretaria Municipal de Educação busquem parcerias com cursos de psicologia da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e da Faculdade Anhanguera, com o objetivo de levar discussões sobre bullying, família e amizade para dentro das escolas.
Regina Michelin, líder comunitária dos bairros Anhumas e Pau d’Alhinho, pediu a finalização da construção do muro da Escola Felipe Cardosos. “Não temos segurança, com o muro baixo, facilita para os bandidos entregarem drogas”, disse ela, que também pediu pela ampliação da ronda escolar naquela região.
Já o vice-presidente da Associação dos Moradores do Sol Nascente, José Ferreira Mattos pediu mais diálogo com pais e mães. “Às vezes, são realizadas palestras dentro dos conselhos dos professores, mas os temas ficam ignorados, porém eles precisariam chegar até os responsáveis pelas crianças”, disse.
O integrante do Movimento Direita Piracicaba, Fabrício Colezi, defendeu o resgate dos “valores morais, ética e das famílias conservadoras”. Ele condenou as agressões a educadores, ao informar que a Escola João Conceição foi capa de jornal por conta do assunto em três oportunidades. Pediu, ainda, maior controle na entrada e saída dos estudantes. “O maior medo de um pai e de uma mãe, hoje em dia, é o envolvimento do filho com drogas e tráfico”, disse.
Roseli Godinho da Silva, que é professora da Escola Estadual Mello Cotrim, elogiou o trabalho do Proerd, realizado pela PM. Mas disse que o programa não chega a algumas escolas da periferia, como Augusto Saes, Jehtro Vaz de Toledo, Manassés Ephrain Pereira e João Sampaio. “A ronda escolar tem papel importante, mas não atende o principal objetivo, a meu ver, que é fazer a entrada e saída dos alunos, quando há maior fluxo de pessoas”, disse.
Jornalista e músico, Airan Prada ressaltou a arte como “forma de educar as pessoas”. Criticou o que definiu como “ataque aos valores artísticos, sobretudo por algumas vertentes políticas”, e salientou que a arte é fundamental para construir a percepção social do indivíduo. “O que Município e Estado estão fazendo, em termos de ação efetiva, para estimular a arte”, perguntou.
O ex-vereador Paulo Camolesi questionou sobre o trabalho de inteligência da polícia para conseguir identificar eventuais planos para crimes em escolas. “Semana passada, a Interpol descobriu um jovem na Baixa Fluminense preparando um ataque, existe forma de antecipar uma desgraçada desta?”
A diretora da Escola Pedro Moraes Cavalcante, Kellen de Oliveira, aproveitou o espaço para destacar o trabalho da escola do bairro Dois Córregos, em que há parceria com a comunidade. Ela salientou, no entanto, que como muitos problemas dos alunos vêm da família, “vão além da nossa alçada”, disse, ao avaliar que “a maior dos estudantes são a parte positiva da escola”.
O professor Rogério Aristides Ceregatto, da Escola Estadual Felipe Cardoso, sugeriu maior controle na entrada e saída das escolas. “Quando você chega em um prédio, você entrar em área fechada, se identifica e depois se dirige ao local”, disse. Ele também acredita que uma maneira de ampliar a segurança é separando a entrada dos estudantes com a comunidade externa às escolas.
Os questionamentos da população foram respondidos pelos representantes das escolas, o dirigente estadual de Ensino, Fábio Negreiros, e a secretária municipal de Educação, Angela Correa, assim como o Major PM José Golini Jr., coordenador operacional do 10º BPM e o inspetor Ronaldo Milani, subcomandante da Guarda Civil Municipal.