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30 DE OUTUBRO DE 2018

Paulo Serra apresenta visão de tortura, a partir de carta de médica


Vereador comentou sobre corrupção durante a 65ª reunião ordinária



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução

Parlamentar optou por preservar nome da autora do texto






Durante a 65ª reunião ordinária, nesta segunda-feira (29), o vereador Paulo Serra (PPS) leu uma carta de uma colega médica sobre o que considera ser tortura. Ele optou por não revelar o nome da autora. "É a pura realidade, o pessoal fala muito da Ditadura Militar, mas a real tortura está na corrupção e no roubo dos governantes, que matam muito mais do que qualquer outro governo que passou", disse o parlamentar.

A íntegra da carta segue abaixo:

"Tortura é ter que reanimar um paciente no chão, porque não há sequer uma maca. 

Tortura é precisar de uma tomografia de urgência e não dispor sequer de um ultrassom no serviço público.

Tortura é ter que improvisar uma incubadora para um bebê prematuro, em uma caixa de sapatos.

Tortura é ter que escolher entre dois pacientes, qual deles irá usar o único respirador disponível.

Tortura é precisar prescrever um medicamento, ouvir do doente que não tem dinheiro para comprar e saber que na rede pública também não há o remédio e o paciente não poderá se tratar.

Tortura é chegar com um paciente grave ao hospital e não haver um leito disponível para acomodá-lo.

Tortura é ver o governo culpar ao médico e ao corpo clínico do hospital por todas as mazelas da saúde e desviarem ainda mais dinheiro com o pretexto de trazerem médicos cubanos, como se a culpa fosse nossa.

Tortura é ver o idoso indo para a fila às 4h da manhã, ser atendido por profissionais não habilitados do Mais Médicos, enquanto os ladrões se tratam com os melhores especialistas no Sírio Libanês e Albert Einstein.

Tortura é dar a alta para o paciente e o mesmo pedir para ficar, porque em casa não há comida.

Tortura é fazer um juramento no dia da nossa formatura e perceber que a corrupção no Brasil nos impede de cumpri-lo.

Por isso, chega de roubo.”



Texto:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Legislativo Paulo Serra

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