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15 DE FEVEREIRO DE 2019
"Políticas públicas vêm colocar mais bondade no lugar do ódio, mais solidariedade no lugar da violência, mais desenvolvimento real no lugar da miséria", afirmou.
Nancy ocupou a tribuna durante a reunião ordinária desta quinta-feira
Em meio a tragédias recentes que chocaram o país e a realidades comuns à maior parte das cidades brasileiras, como menores de idade nas ruas e pessoas sob dependência química, a vereadora Nancy Thame (PSDB) fez uma reflexão na tribuna da Câmara, durante a reunião ordinária desta quinta-feira (14), sobre como a vida em sociedade não pode abrir mão de políticas públicas.
A parlamentar indagou o que motiva tragédias e dramas sociais. "Seria por inércia, por responsabilidade nossa ou pelo nosso silêncio? O vereador, o prefeito, o juiz, a Promotoria: são esses só os culpados ou a população como um todo, que elege e faz parte desse sistema?", perguntou.
Para Nancy, a humanidade está sendo tratada "como algo descartável", diante de um sem-número de mortes. "Fala-se tanto de progresso, mas é progresso ou selvageria? Será que estamos vendo só o lado econômico, com o restaurante abaixo da barragem e a sirene que não funciona? Vemos um adolescente nas ruas, como parte da paisagem, e isso passa a ser natural para a gente?", questionou.
"As políticas públicas vêm justamente para promover e dar dignidade à vida das pessoas para que a gente se respeite e coloque mais bondade no lugar do ódio, mais solidariedade no lugar da violência, mais desenvolvimento real no lugar da miséria. Precisamos resistir à intolerância, enxergar no outro algo a complementar em nós, seja quem for", acrescentou.
Valorizar o Poder Legislativo, continuou Nancy, é essencial nesse processo. "A população não se dá conta do quanto este poder é importante. Nesse contexto, cada um de nós que fomos eleitos somos importantes para representar." Para a vereadora, é preciso superar a crença, estimulada pelo presidencialismo, de que o Executivo é "o único lugar importante que comanda as ações".
"Esquecemos de ver que, sem o Legislativo, não há democracia, a qual significa liberdade, possibilidade de escolha, de a população chegar mais perto e ter voz. Essa tem que ser nossa luta no dia a dia na Câmara. Para isso, precisamos de maior independência de pensamento, de ação, visão mais ampla e sistêmica da coisa", comentou.
Nancy concluiu com uma defesa enfática do Poder Legislativo. "É a visão ampla que transforma, é a política pública que insere, é o olhar sem preconceito que introduz a população que mais precisa para as nossas ações", disse, sobre a necessidade de atitudes "ambiciosas" para promover o desenvolvimento sustentável das cidades.